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Síndrome nefrótica sem mistério: aspectos clínicos e conduta prática para acertar nas provas
Estudo
•
Publicado em
10/6/25

Síndrome nefrótica sem mistério: aspectos clínicos e conduta prática para acertar nas provas

Síndrome nefrótica sem mistério: aspectos clínicos e conduta prática para acertar nas provas
Escrito por:
Fernanda Ferrairo
Fernanda Ferrairo
Igor Vasconcelos
Igor Vasconcelos
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Índice

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A Síndrome Nefrótica (SN) representa uma manifestação clínica resultante de lesão glomerular, caracterizada classicamente por proteinúria maciça (>3,5 g/1,73 m²/dia ou >50 mg/kg/dia em crianças), hipoalbuminemia, edema e dislipidemia. Embora sua definição seja baseada em critérios laboratoriais, seu reconhecimento clínico e manejo adequado são fundamentais para reduzir complicações e melhorar o prognóstico. Este tema é recorrente em provas de residência médica, além de ser essencial na prática clínica de médicos generalistas, nefrologistas e intensivistas.

Síndrome nefrótica: o que médicos precisam saber para a prova?

Nas avaliações teóricas e práticas, é indispensável saber que a síndrome nefrótica é um padrão de lesão glomerular, não uma doença específica. Seu diagnóstico exige a presença de proteinúria nefrótica (>3,5 g/dia ou >50 mg/kg/dia), geralmente associada à hipoalbuminemia (<3,5 g/dL em adultos e <3 g/dL ou até <2,5 g/dL em crianças), edema generalizado e hiperlipidemia mista (aumento de LDL e triglicerídeos, com redução do HDL).

As causas podem ser primárias (doença renal isolada) ou secundárias (associadas a condições sistêmicas). É fundamental conhecer também as principais complicações: risco aumentado de trombose (principalmente trombose de veia renal), infecções (como peritonite bacteriana espontânea) e insuficiência renal aguda. Não esquecer o risco 5 vezes maior de doença coronariana, devido à dislipidemia mista.

O que leva à síndrome nefrótica?

A Síndrome Nefrótica resulta de alterações estruturais e funcionais na barreira de filtração glomerular, comprometendo sua seletividade. As causas são divididas em primárias e secundárias.

Doenças de lesões mínimas

Ela apresenta 4 padrões histológicos, cada um com suas etiologias próprias. Inicialmente, destaca-se a doença de lesões mínimas (DLM), principal causa de síndrome nefrótica na infância. Trata-se da 3ª glomerulopatia primária nefrótica mais frequente em adultos. 

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A principal característica é a lesão podocitária com neutralização da carga negativa da membrana basal glomerular, resultando em perda maciça de albumina e proteinúria seletiva. Geralmente é de etiologia primária, acometendo predominantemente crianças entre 1 e 8 anos, mas pode ser secundária a condições como linfoma de Hodgkin e uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).

Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF)

A glomeruloesclerose segmentar e focal é a principal causa de síndrome nefrótica em adultos. Pode ser primária, de causa idiopática, ou secundária, quando associada a infecções virais (HIV, CMV, EBV, parvovírus B19, COVID-19), uso de drogas como heroína, pamidronato, interferon, esteroides anabolizantes e lítio. Ela também pode estar associada a alterações adaptativas decorrentes da redução do número de néfrons — como nefrectomia, agenesia renal, baixo peso ao nascer e nefropatia por refluxo — ou hiperfluxo glomerular, como na obesidade, hipertensão arterial sistêmica, anemia falciforme e fisiculturismo extremo. ]

Glomerulopatia membranosa (GNM)

A glomerulopatia membranosa é a principal causa de síndrome nefrótica em idosos. A etiologia é primária em cerca de 70% dos casos, sendo caracterizada pela presença de anticorpos anti-PLA2R, o que serve como importante marcador diagnóstico. As causas secundárias correspondem a 30% dos casos, estando associadas a neoplasias sólidas, LES (classe V), hepatite B, malária, esquistossomose, sífilis, hanseníase e ao uso de medicamentos como captopril, sais de ouro e D-penicilamina.

Glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP)

A glomerulonefrite membranoproliferativa é um padrão histológico que pode resultar de múltiplas etiologias. Pode ser primária ou secundária a condições como hepatite C, crioglobulinemia, doenças por depósito de C3 e gamopatias monoclonais, além de doenças autoimunes como lúpus, artrite reumatoide e a síndrome de Sjögren. 

Padrões histológicos da Síndrome nefrótica. A) glomerulonefrite proliferativa mesangial; B) glomeruloesclerose segmentar e focal; C) lesões mínimas; D) glomerulonefrite membranoproliferativa; E) glomerulonefrite membranosa. Fonte: Padrões morfológicos de lesão glomerular e correlação com achados clinicolaboratoriais de 43 crianças com síndrome nefrótica - Scielo 

Síndrome nefrótica: fisiopatologia esquematizada para fixar no internato

A compreensão da fisiopatologia da Síndrome Nefrótica é fundamental para o raciocínio clínico do futuro residente. O processo inicia-se com a lesão podocitária, seja por agressão direta ou mediada por imunocomplexos, levando à alteração das proteínas da fenda de filtração (como nefrina e podocina). A perda da seletividade de carga e tamanho permite a passagem maciça de proteínas plasmáticas, principalmente albumina, para o espaço de Bowman. 

Como consequência, ocorre hipoproteinemia, especialmente hipoalbuminemia, que reduz a pressão oncótica plasmática e favorece o extravasamento de líquido para o interstício, resultando em edema. Paralelamente, há ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), promovendo retenção de sódio e água, o que agrava o quadro edematoso. 

Além disso, o fígado aumenta a síntese de lipoproteínas como resposta compensatória à perda de proteínas, ocasionando dislipidemia. Por fim, a perda urinária de anticoagulantes naturais, como a antitrombina III e as proteínas C e S, associada ao aumento de fatores pró-coagulantes, eleva o risco de eventos tromboembólicos.

Veja também:

  • Residência em Nefrologia: O que é, residência médica e mercado de trabalho
  • Como se preparar para o enamed: dicas e estratégias para a aprovação
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Síndrome nefrótica: como reconhecer os sinais clínicos clássicos?

É preciso que o interno saiba que o quadro clínico clássico da Síndrome Nefrótica inclui edema, inicialmente periorbitário, mais evidente pela manhã, que evolui para anasarca, com acúmulo de líquido em cavidades, como ascite e derrame pleural. O paciente frequentemente apresenta ganho ponderal significativo, associado à retenção hidrossalina, e refere urina espumosa, um sinal indireto de proteinúria maciça. A hipertensão arterial é comum, especialmente nas formas secundárias e nos adultos.

Edema facial típico da síndrome nefrótica. Fonte: Md.Saúde
Edema facial típico da síndrome nefrótica. Fonte: Md.Saúde

As complicações incluem trombose de veia renal, infecções recorrentes, como peritonite bacteriana espontânea — infecção mais comum em crianças com a síndrome, sobretudo por pneumococos e germes gram-negativos —, e dislipidemia importante, que eleva o risco cardiovascular. Em crianças, o edema é frequentemente a primeira e mais evidente manifestação clínica, enquanto nos adultos é fundamental investigar doenças sistêmicas associadas.

Característica Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrítica
Definição Conjunto de achados causados por lesão glomerular com perda maciça de proteínas. Conjunto de achados associados à inflamação glomerular.
Proteinúria > 3,5 g/dia (proteinúria nefrótica) < 3,5 g/dia (geralmente subnefrótica)
Hematúria Rara ou microscópica Presente, geralmente com hematúria dismórfica e cilindros hemáticos
Edema Marcante e generalizado (anasarca) Leve a moderado
Pressão arterial Normal ou discretamente elevada Elevada com frequência
Função renal (creatinina) Geralmente preservada inicialmente Frequentemente reduzida (pode haver azotemia)
Hipoalbuminemia Presente (< 3 g/dL) Rara
Lipidúria Frequente (com corpos lipídicos, "cross de Maltese") Ausente
Hiperlipidemia Presente (mecanismo compensatório hepático) Ausente
Biópsia renal Mostra lesões podocitárias ou espessamento de membrana basal Mostra inflamação e proliferação celular no glomérulo

Dica prática para o futuro residente: Sempre suspeitar de proteinúria de origem glomerular quando os níveis ultrapassam 1 g/dia, ou 0,5 g/dia na presença de hematúria dismórfica. A proteinúria na faixa nefrótica é invariavelmente glomerular.

Diagnóstico: exames indispensáveis no raciocínio clínico

O diagnóstico da Síndrome Nefrótica é eminentemente laboratorial. A urina tipo I revela proteinúria intensa, geralmente com sedimento urinário inativo, exceto em casos como a glomerulonefrite membranoproliferativa, em que há hematúria dismórfica. A quantificação da proteinúria deve ser feita por coleta de urina de 24 horas ou pela relação proteína/creatinina urinária, confirmando níveis nefróticos. A albumina sérica encontra-se frequentemente abaixo de 2,5 g/dL. O perfil lipídico evidencia hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia. A função renal deve ser monitorada por creatinina e ureia.

A investigação deve incluir complementos séricos (C3 e C4), sorologias para HIV, hepatites B e C, sífilis, pesquisa de ovos de Schistosoma mansoni, além de eletroforese de proteínas para detecção de paraproteínas. Testes imunológicos, como FAN, anti-dsDNA e anti-PLA2R são fundamentais na suspeita de doenças autoimunes ou GN membranosa. A biópsia renal é imprescindível na maioria dos casos adultos, sendo dispensada apenas em crianças de 1 a 8 anos com quadro clínico de DLM ou em pacientes com nefropatia diabética.

Dica prática para o futuro residente: Em adultos, a biópsia renal é geralmente indicada em todos os casos de síndrome nefrótica de causa não estabelecida. Em crianças, especialmente entre 1 e 10 anos,  a biópsia torna-se indicada em situações como: ausência de resposta ao tratamento corticoide após 4 a 8 semanas (síndrome nefrótica corticoide-resistente), presença de hematúria macroscópica persistente, hipertensão arterial significativa, insuficiência renal inexplicada ou evidência de hipocomplementemia. Em adolescentes ou crianças menores de 1 ano, a biópsia também é recomendada devido à maior probabilidade de outras glomerulopatias, como a glomeruloesclerose segmentar e focal ou nefropatia membranosa.

Manejo da síndrome nefrótica: dicas práticas para a residência

O tratamento da Síndrome Nefrótica envolve três pilares: o manejo das manifestações, a prevenção e monitoramento das complicações e o tratamento etiológico. O controle do edema inicia-se com restrição moderada de sódio (<2 g/dia) e água, associada ao uso criterioso de diuréticos, como a furosemida, visando alívio sintomático e evitando depleção volêmica excessiva. 

O tratamento da proteinúria é realizado com inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA), que são essenciais para reduzir a proteinúria e proteger a função renal. A prevenção de eventos trombóticos deve ser individualizada, com consideração para anticoagulação profilática em pacientes com albumina <2 g/dL ou história prévia de trombose. O controle da dislipidemia com estatinas é recomendado, especialmente em adultos, para reduzir o risco cardiovascular. 

A imunossupressão é indicada conforme a etiologia: corticoides são a base no tratamento da DLM e de algumas formas de GESF, enquanto imunossupressores como ciclofosfamida, ciclosporina ou rituximabe podem ser necessários em casos refratários ou na GN membranosa com risco de progressão. 

A vacinação é fundamental, devendo ser atualizada, especialmente contra pneumococo e influenza, para reduzir o risco de infecções graves. Por fim, o tratamento etiológico da causa subjacente é imprescindível, como o controle glicêmico no diabetes, imunossupressão no LES ou terapia antiviral nas hepatites.

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A Síndrome Nefrótica é um daqueles temas clássicos que vivem caindo nas provas de residência. Mas não precisa se desesperar: entender de vez esse conteúdo é mais fácil do que parece — especialmente quando você tem um material direto ao ponto, com foco no que realmente importa para sua aprovação. Se você ainda confunde os critérios diagnósticos, se enrola nos principais achados ou fica inseguro com as causas mais comuns por faixa etária, tá na hora de virar esse jogo.

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Leia Mais:

  • Lesão renal aguda: sintomas e diagnóstico essencial para a prática médica
  • Doença Coronariana: fatores de risco, sintomas e tratamento
  • Hipertrigliceridemia: fisiologia, diagnóstico e tratamento
  • Dislipidemia: saiba o que é, tipos, causas, sintomas e tratamentos
  • Doença de lesão mínima: o que é, causas, sintomas e tratamento

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FONTES:

  • KDIGO 2021 Clinical Practice Guideline for the Management of Glomerular Diseases. Kidney Int. 2021.
  • Sociedade Brasileira de Nefrologia. Diretrizes clínicas: síndrome nefrótica. SBN; 2023.
  • Harrison's Principles of Internal Medicine. 21. ed. [S. l.: s. n.], 2022.
  • Manual do Residente de Clínica Médica . 3. ed. Santana de Parnaíba [SP]: Manole, 2023.
  • Reichenberg J, et al. Labyrinthitis: diagnosis and treatment. Curr Treat Options Neurol. 2020;22(8):26.
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