O Que É Residência em Neurologia, Rotina do Residente e Como É o Mercado de Trabalho
A Neurologia é uma das 20 especialidades com mais profissionais do Brasil. De acordo com o demografia Brasil 2020, existem 5.779 neurologistas no país.
Ela é considerada uma das especializações mais complexas da medicina, já que estuda todo o sistema nervoso central, periférico e autônomo.
O neurologista é um dos profissionais médicos de mais relevância. Isso porque, doenças como o derrame cerebral e o mal de Alzheimer e outras demências estão entre as 10 principais causas de mortes no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Por isso, a residência em Neurologia exige que o residente seja muito observador e curioso.
Além disso, ele precisa ter um amplo conhecimento sobre áreas como anatomia e fisiologia, para fazer o seu trabalho com excelência.
Sendo assim, nesse texto você encontrará informações como a rotina do residência em neurologia, o mercado de trabalho, as áreas de atuação e as características de um residente em Neurologia.
O que é a residência em Neurologia?
Para receber o título de médico neurologista é preciso fazer a residência em Neurologia. Ela é uma especialização de acesso direto e tem duração de 3 anos.
Aqui em Pernambuco, as especializações em neurologia clínica reconhecidas pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) estão no Hospital da Restauração, no Otávio de Freitas, no Pelópidas Silveira, na UPE e no Hospital das Clínicas.
Já no Ceará apenas o Hospital Geral de Fortaleza e o Hospital Universitário Walter Cantídio da UFCE são reconhecidos pela ABN.
Mas afinal, o que é a Neurologia?
É uma área médica que visa estudar o sistema nervoso (cérebro, medula espinhal, nervos e músculos) e a sua relação com o organismo humano.
Mas, não só isso, o neurologista tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamento dos distúrbios relativos ao sistema. Por isso o seu dia a dia exige muito estudo e dedicação.
Qual a rotina de um residente em Neurologia?

Assim como a rotina do neurologista, a do residente em Neurologia também precisa de muita dedicação e de muito estudo, uma vez que ele está sendo formado para exercer a profissão.
Desse modo, o primeiro ano da residência em neurologia é voltado para a Clínica Médica.
Os residentes rodam em ambulatórios, enfermarias, urgências, unidades básicas e UTI’s de áreas mais gerais como: cardiologia, clínica geral, infectologia e pneumologia.
Já o segundo e o terceiro ano da especialização é voltado para a Neurologia em si. Então tem rodízio na emergência e enfermaria neurológica, nas unidades de internação e urgências.
E ainda, é possível passar por rodízios opcionais, que não fazem parte do conteúdo programático, mas visam complementar a jornada acadêmica.
Os residentes não só passam pela prática. A residência em Neurologia também conta com um conteúdo teórico que pode envolver, dentre outras coisas, discussão de casos clínicos vivenciados no serviço, apresentações e clubes de revistas.
Quais as características de um Neurologista?
Duas características são fundamentais para um neurologista: ser observador e curioso. Isso porque, quaisquer movimentos ou atitudes dos pacientes podem influenciar diretamente no diagnóstico.
Assim, eles devem ser observados desde a hora que são chamados para a consulta na sala de espera.
Além disso, em todos os atendimentos feitos a semiologia neurológica é imprescindível. Então, a curiosidade na hora de fazer a anamnese e o exame neurológico se faz muito presente.
Os dois devem ser feitos minuciosamente e com bastante atenção aos detalhes, por isso demandam um tempo considerável, exigindo também paciência do profissional.
A investigação deve ser bem detalhada, a fim de extrair o máximo de informações possíveis.
Vale lembrar que a semiologia neurológica é fundamental para o trabalho do neurologista. Ela é o pilar da Neurologia.
Nessa área, geralmente os indivíduos e seus familiares lidam com diagnósticos, com procedimentos difíceis. Então o médico precisa ser sincero, compassivo, persistente e empático.
Ademais, para conseguir identificar ou descartar com propriedade alguma doença neurológica, o profissional precisa ter um vasto conhecimento em anatomia geral e neuroanatomia.
E ainda, em fisiologia, patologia, clínica médica e farmacologia.
Como é o mercado de trabalho para um neurologista?
No início da carreira o médico neurologista atua em plantões de emergência ou em enfermarias especializadas.
E, também, pode montar o seu próprio consultório. Mas deve ter cuidado, pois para quem ainda não tem uma demanda de pacientes considerável, essa não é uma boa opção.
Ele pode atuar nos hospitais, centros de saúde, clínicas neurológicas e em prontos-socorros do setor público ou privado.
Quem opta pelo setor público tem como desvantagem a remuneração, considerada 17% menor quando comparada ao valor recebido na rede particular.
No entanto, a estabilidade e a jornada de trabalho menor podem ser uma vantagem.
Entre outubro de 2020 e setembro de 2021 houve uma queda de 38,46% nas contratações com carteira assinada.
Isso de acordo com uma pesquisa realizada pelo site salário em conjunto com dados do CAGED, eSocial e Empregador Web, envolvendo 246 profissionais.
Quando ganha um neurologista?
Conforme a pesquisa supracitada, o neurologista fatura em média R$5.370,01, por uma jornada de trabalho de 19 horas semanais.
Ela aponta ainda que o teto salarial da especialidade pode chegar a R$12.134,10 por mês.
A cidade que tem mais vagas de emprego para o profissional é São Paulo, onde a média salarial chega a R$ 6.068,21, por 14 horas de trabalho.
Quais as áreas de atuação para um neurologista?

As áreas de atuação para a Neurologia são muitas, e, dentre outras coisas, ajudam a melhorar a assistência prestada ao paciente. Algumas delas estão listadas abaixo:
- Radiologia intervencionista: realiza procedimentos e intervenções cirúrgicas minimamente invasivas;
- Neurologia vascular: auxilia no diagnóstico de doenças cerebrovasculares, relacionadas a circulação sanguínea no cérebro e na medula, por exemplo;
- Neurofisiologia: responsável pela investigação especializada, por realizar e interpretar os achados nos exames solicitados;
- Neurogenética: estuda o papel desempenhado pela genética na formação e funcionamento do sistema nervoso.
Além dessas, o neurologista também pode atuar nas seguintes áreas:
- Cefaleias
- Cognição e demências
- Distúrbios da dor
- Distúrbios do movimento
- Distúrbios do sono
- Distúrbios somatoformes
- Doppler transcraniano
- Epileptologia
- Hansenologia
- Nervos periféricos e músculos
- Neuroimunologia
- Neuroinfectologia
- Neurologia pediátrica
- Neuroncologia
- Neurorradiologia
- Neurovestibular
Dúvidas Frequentes (Guia Rápido)
Quantos anos tem a residência em Neurologia?
A residência neurológica dura 3 anos.
Quanto ganha um residente de Neurologia?
A média salarial do residente em neurologia é de 3.259 reais.
Como entrar na residência em Neurologia?
Para se tornar um residente em neurologia é preciso escolher o concurso de residência médica que atende aos seus anseios e fazer a prova de acesso direto oferecida por ele e passar pela análise curricular, exigida por algumas bancas.
Conclusão
As áreas de atuação para o neurologista são muitas e o mercado de trabalho também é bastante amplo.
A Neurologia é uma especialidade médica em que é preciso fazer investigações profundas, pois qualquer detalhe pode influenciar diretamente no diagnóstico.
Além disso, a paciência para buscar o diagnóstico é essencial, pois muitas vezes ele necessita de bastante tempo, devido à complexidade dos casos.
Isso se reflete na residência em neurologia, já que por meio dela serão formados os especialistas.
Assim é possível ver que a formação não é nada fácil, exigindo muito estudo, observação e raciocínio clínico. É uma área para quem gosta de desafios.
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