Carreira
Publicado em
4/3/23

Neurologia: O que é, residência médica e mercado de trabalho

Escrito por:
Neurologia: O que é, residência médica e mercado de trabalho

A Neurologia é uma das 20 especialidades com mais profissionais do Brasil. De acordo com o demografia Brasil 2023, existem 6.776 neurologistas no país. Ela é considerada uma das especializações mais complexas da medicina, já que estuda todo o sistema nervoso central, periférico e autônomo.

O neurologista é um dos profissionais médicos de mais relevância. Isso porque, doenças como o derrame cerebral e o mal de Alzheimer e outras demências estão entre as 10 principais causas de mortes no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Por isso, a residência médica em Neurologia exige que o médico seja muito observador e curioso. Além disso, ele precisa ter um amplo conhecimento sobre áreas como anatomia e fisiologia, para fazer o seu trabalho com excelência.

Sendo assim, neste texto você encontrará informações como a rotina do residência em neurologia, o mercado de trabalho, as áreas de atuação e as características de um residente em Neurologia.

O que é Neurologia?

Para receber o título de médico neurologista é preciso fazer a residência médica em Neurologia. Ela é uma especialização de acesso direto e tem duração de 3 anos. No Ceará, as especializações em neurologia clínica reconhecidas pela Academia Brasileira de Neurologia estão localizadas no Hospital Geral de Fortaleza e no Hospital Universitário Walter Cantídio da UFCE.

Em São Paulo são muitos os lugares credenciados, incluindo a Faculdade Medicina da UNICAMP, a UNIFESP e o Hospital Israelita Albert Einstein. Mas afinal, o que é a Neurologia? É uma área médica que visa estudar o sistema nervoso (cérebro, medula espinhal, nervos e músculos) e a sua relação com o organismo humano.

Mas, não só isso, o neurologista tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamento dos distúrbios relativos ao sistema. Por isso o seu dia a dia exige muito estudo e dedicação.

Quais as características de um Neurologista?

Duas características são fundamentais para um neurologista: ser observador e curioso. Isso porque, quaisquer movimentos ou atitudes dos pacientes podem influenciar diretamente no diagnóstico. Assim, eles devem ser observados desde a hora que são chamados para a consulta na sala de espera.

Além disso, em todos os atendimentos feitos a semiologia neurológica é imprescindível. Então, a curiosidade na hora de fazer a anamnese e o exame neurológico se faz muito presente. Os dois devem ser feitos minuciosamente e com bastante atenção aos detalhes, por isso demandam um tempo considerável, exigindo também paciência do profissional.

A investigação deve ser bem detalhada, a fim de extrair o máximo de informações possíveis. Vale lembrar que a semiologia neurológica é fundamental para o trabalho do neurologista. Ela é o pilar da Neurologia.

Nessa área, geralmente os indivíduos e seus familiares lidam com diagnósticos, com procedimentos difíceis. Então o médico precisa ser sincero, compassivo, persistente e empático.

Ademais, para conseguir identificar ou descartar com propriedade alguma doença neurológica, o profissional precisa ter um vasto conhecimento em anatomia geral e neuroanatomia. E ainda, em fisiologia, patologia, clínica médica e farmacologia.

Como é a residência médica em Neurologia?

Qual a rotina de um residente em Neurologia?

A Neurologia é uma área que exige bastante conhecimento do profissional. Foto: reprodução/ShutterStock
Para se tornar um residente em Neurologia é preciso escolher o concurso de residência médica que atende aos seus anseios e fazer a prova de acesso direto oferecida por ele e passar pela análise curricular, exigida por algumas bancas.

Assim como a rotina do neurologista, a do residente em Neurologia também precisa de muita dedicação e de muito estudo, uma vez que ele está sendo formado para exercer a profissão. Desse modo, o primeiro ano da residência médica em Neurologia é voltado para a Clínica Médica. Os residentes rodam em ambulatórios, enfermarias, urgências, unidades básicas e UTI’s de áreas mais gerais como: Cardiologia, Clínica Geral, Infectologia e Pneumologia.

o segundo e o terceiro ano da especialização é voltado para a Neurologia em si. Então tem rodízio na emergência e enfermaria neurológica, nas unidades de internação e urgências. E ainda, é possível passar por rodízios opcionais, que não fazem parte do conteúdo programático, mas visam complementar a jornada acadêmica.

Os residentes não só passam pela prática. A residência médica em Neurologia também conta com um conteúdo teórico que pode envolver, dentre outras coisas, discussão de casos clínicos vivenciados no serviço, apresentações e clubes de revistas.

O que estudar para ser um residente em Neurologia?

Para ser um residente nesta área é preciso fazer o curso de Medicina e posteriormente prestar prova para a residência médica em Neurologia na banca de sua escolha. O seu preparo para a residência deve abarcar conteúdos das cinco grandes áreas da medicina: Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral e Medicina Preventiva e Social. 

Agora, com a resolução CNRM nº 17, a prova também vai abordar assuntos sobre a Saúde Coletiva e Medicina da Família e Comunidade. Sabendo disso, os cursos extensivos do Eu Médico Residente já estão com os seus conteúdos direcionados para as novas exigências do CNRM. 

Aqui você conta com uma plataforma de métricas que mede o seu desempenho e formula revisões e simulados inteligentes próprios para o que você mais precisa estudar, além disso, temos um banco mais de 35 mil questões comentadas em vídeo e texto, para você sempre praticar.

Como a revisão dos assuntos também é algo essencial, disponibilizamos resumos, mapas mentais e flashcards, temos inclusive um aplicativo com milhares de flashcards, para que você possa escolher o que for melhor para a sua rotina. Dentre outros benefícios que você só encontra no Eu Médico Residente. 

Mercado de trabalho e Remuneração

No início da carreira o médico neurologista atua em plantões de emergência ou em enfermarias especializadas. E, também, pode montar o seu próprio consultório. Mas deve ter cuidado, pois para quem ainda não tem uma demanda de pacientes considerável, essa não é uma boa opção.

Ele pode atuar nos hospitais, centros de saúde, clínicas neurológicas e em prontos-socorros do setor público ou privado. Quem opta pelo setor público tem como desvantagem a remuneração, considerada cerca de 17% menor quando comparada ao valor recebido na rede particular. No entanto, a estabilidade e a jornada de trabalho menor podem ser uma vantagem.

O dia a dia do neurologista é repleto de muito estudo e diagnóstico. Como já dito anteriormente, a anamnese e os exames físicos são essenciais para a atuação desse profissional. Quando necessário também são solicitados exames de imagem para a confirmação diagnóstica.

As doenças neurológicas que atingem o sistema nervoso central e periférico são de competência da especialidade. 

Quanto ganha um neurologista?

Conforme a pesquisa supracitada, o neurologista fatura em média R$5.623,41, por uma jornada de trabalho de 17 horas semanais. Ela aponta ainda que o teto salarial da especialidade pode chegar a R$12.124,75 por mês.

O sudeste é a região com maior número de profissionais, ela tem um pouco mais da metade dos profissionais, possuem 52,8% dos 6.776 profissionais brasileiros. Há um certo equilíbrio entre neurologistas masculinos (56,5%) e femininos (43,5%). A média de idade desses especialistas é de 47,8 anos.

Quais as áreas de atuação para um neurologista?

Quais as áreas de atuação para um neurologista?
Exames de imagem como a ressonância magnética são importantes para os neurologistas estabelecerem diagnósticos. Foto: Reprodução/Shutterstock

As áreas de atuação para a Neurologia são muitas, e, dentre outras coisas, ajudam a melhorar a assistência prestada ao paciente.  Algumas delas estão listadas abaixo:

  • Radiologia intervencionista: realiza procedimentos e intervenções cirúrgicas minimamente invasivas;
  • Neurologia vascular: auxilia no diagnóstico de doenças cerebrovasculares, relacionadas a circulação sanguínea no cérebro e na medula, por exemplo;
  • Neurofisiologia: responsável pela investigação especializada, por realizar e interpretar os achados nos exames solicitados;
  • Neurogenética: estuda o papel desempenhado pela genética na formação e funcionamento do sistema nervoso.

Além dessas, o neurologista também pode atuar nas seguintes áreas:

  • Cefaleias
  • Cognição e demências
  • Distúrbios da dor
  • Distúrbios do movimento
  • Distúrbios do sono
  • Distúrbios somatoformes
  • Doppler transcraniano
  • Epileptologia
  • Hansenologia
  • Nervos periféricos e músculos
  • Neuroimunologia
  • Neuroinfectologia
  • Neurologia pediátrica
  • Neuroncologia
  • Neurorradiologia
  • Neurovestibular

Para saber ainda mais detalhes sobre a atuação profissional e a residência médica em Neurologia, conversamos no EMRCast com Neurologista Breno Barbosa. Confira a seguir:

Conclusão

As áreas de atuação para o neurologista são muitas e o mercado de trabalho também é bastante amplo. A Neurologia é uma especialidade médica em que é preciso fazer investigações profundas, pois qualquer detalhe pode influenciar diretamente no diagnóstico. Além disso, a paciência para buscar o diagnóstico é essencial, pois muitas vezes ele necessita de bastante tempo, devido à complexidade dos casos. 

Isso se reflete na residência em neurologia, já que por meio dela serão formados os especialistas. Assim é possível ver que a formação não é nada fácil, exigindo muito estudo, observação e raciocínio clínico. É uma área para quem gosta de desafios.

Leia mais: