A escolha sobre qual será a especialidade médica nem sempre é fácil. Por isso, hoje vamos falar sobre mais uma área, a Clínica Médica. Falaremos sobre a rotina, as áreas de atuação e como é o mercado de trabalho, a fim de sanar todas as suas dúvidas e facilitar a sua decisão.
A residência médica em Clínica Médica é o programa de residência que possui o maior número de vagas e é uma das residências mais concorridas do Brasil. Ela tem um amplo campo de atuação, pois também é pré-requisito para a maioria das sub-especialidades clínicas.
De acordo com o demografia médica 2023, esta especialidade é a que possui o maior número de profissionais do Brasil, são aproximadamente 57 mil (11,3%) de um total de 321.581 especialistas.
O que é a Clínica Médica?
A Clínica Médica foca no cuidado do adulto, prestando assistência em todos os graus de complexidade. Trabalhando na prevenção, diagnóstico e no esquema terapêutico não cirúrgico, o clínico geral - médico especialista da área - possui uma visão completa do paciente. Isso mostra que podem lidar com a maioria das doenças que acometem os adultos.
Sendo assim, nesta área médica é possível prestar atendimento ambulatorial, em consultório, pode atuar na emergência ou como hospitalista (prestando cuidado integral aos pacientes internados).
Quais as características de um bom clínico geral?
O clínico geral precisa ser curioso, atento e precisa estar sempre atualizado, a fim de construir um grande aporte de conhecimento médico. Além disso, precisa pensar criticamente, refletir, questionar, fazer perguntas ao longo do processo de diagnóstico diferencial e na adoção do esquema terapêutico.
E ainda, deve ter uma organização mental para interpretar os sinais e sintomas, para entender os mínimos detalhes e solucionar os problemas. Tudo isso porque ele lida com uma quantidade grande de doenças, então precisa saber qual a melhor conduta para cada uma delas.
O especialista também deve estar sempre preparado para eventuais emergências e, também, deve entender as suas limitações e saber a hora de trabalhar junto com outros profissionais.
Qual o perfil da Clínica Médica atualmente no Brasil?
De acordo com a pesquisa Demografia Médica 2023, a Clínica Médica lidera em relação ao número de especialistas, são ao total 56.979 clínicos no Brasil. Além disso, esta especialidade também ocupa o primeiro lugar quando olhamos para o total de médicos residentes.
Sendo assim, quase 15% dos 41.853 médicos residentes em 2021 eram da Clínica Médica. Essa concentração se deve ao fato de que esta área médica é pré-requisito para a maioria das especialidades clínicas. O perfil profissional entre o gênero feminino e masculino é bem equilibrado, são 54,1% e 45,9%, respectivamente. Com a média de idade de 43,7 anos.
A maior concentração de especialistas está no Sudeste (51,6%), seguido do Nordeste (18,4%), Sul (17,3%), Centro-Oeste (9,1%) e Norte (3,6%). Grande parte dos 56.979 clínicos gerais estão localizados na capital. Veja os dados a seguir:
- Capital: 61,5%
- Interior: 32,7%
- Região Metropolitana: 5,8%
Como é a residência médica em Clínica Médica?
A residência médica em Clínica Médica é o período de estudos para se tornar um clínico geral, também conhecido como médico clínico ou médico internista. Sendo uma especialidade com acesso direto e duração de 2 anos.
Também é oferecido um ano adicional para esta área (R3), mas é preciso realizar uma outra prova. Além disso, a Clínica Médica é pré-requisito para todas as subespecialidades clínicas, exceto Dermatologia e Neurologia.
Veja abaixo algumas dessas subespecialidades:
- Gastroenterologia;
- Geriatria;
- Pneumologia;
- Hematologia;
- Nefrologia;
- Nutrologia;
- Medicina Intensiva;
- Reumatologia.
A Clínica Médica é uma área da medicina considerada generalista, que tem a atenção básica como sua grande aliada. O médico se dedica à prevenção, ao diagnóstico e tratamento (não-cirúrgico) do paciente. Atuando dos casos mais complexos aos mais simples. O especialista acompanha o paciente por vários anos, a partir dos 18 anos até ele ficar idoso. Resolvendo a maior parte dos problemas de saúde do indivíduo, criando uma relação de confiança com ele e com a sua família.
Vale lembrar que, para se tornar um clínico geral é preciso fazer a prova de residência em Clínica Médica. Apenas a graduação em medicina não é suficiente para receber esse título. Os residentes em clínica médica, de maneira geral, passam por atividades ambulatoriais, de emergência e hospitalares. Também têm os rodízios em especialidades e as atividades acadêmicas e de pesquisa.
Normalmente a carga horária corresponde a 60 horas semanais e os estágios duram cerca de um ou dois meses. Nos dois anos de residência, os residentes rodam por especialidades como Cardiologia, Nefrologia, Geriatria e Oncologia. Assim como também pelas unidades básicas de saúde, de terapia intensiva e semi-intensiva e pelo pronto-socorro.
O que estudar para ser um residente em Clínica Médica?
Para se tornar um residente em Clínica Médica você precisa fazer a prova de residência médica para a área, na banca de sua escolha. Após se formar na graduação em medicina, é possível optar por fazer o programa de residência médica em Clínica Médica na SES-PE, UNICAMP ou SURCE, por exemplo.
Para garantir a sua aprovação, vai ser preciso estudar uma gama de assuntos que realmente vão ser abordados na sua prova. Para isso, você pode contar com o auxílio dos cursos preparatórios de residência médica do Eu Médico Residente. Aqui você conta com uma equipe de professores especialistas, o que vai te proporcionar um estudo direcionado, para que você mergulhe profundamente em todos os aspectos da sua banca.
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Como funciona a rotina profissional do clínico geral?
As principais áreas de atuação são a medicina interna, onde atua como diarista - fazendo visitas aos pacientes internados - ou como hospitalista, prestando um cuidado integral a eles. Faz parte da rotina profissional a indicação de exames para realizar os check-ups.
O profissional formado pela residência médica em Clínica Médica também pode ser plantonista e atuar em ambulatório/consultório, já que engloba a atenção primária e lida com uma quantidade considerável de doenças agudas e crônicas. Além disso, pode auxiliar nos períodos pré e pós-operatórios.
O clínico geral também presta serviços periciais nas instituições públicas, trabalha em escolas, quarteis da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e nas empresas para pronto-atendimento. Além de também poder trabalhar em UTIs de média e baixa complexidade.
Sendo assim, pode atuar em diversos cenários que incluam a prática ambulatorial, as emergências médicas e os pacientes hospitalizados. Vale lembrar também que, a maior parte dos médicos emergencistas são clínicos. A hipertensão arterial, a diabetes, obesidade, dislipidemia e algumas condições psiquiátricas são doenças que fazem parte do dia a dia desses especialistas.
Mercado de trabalho e salário
O mercado de trabalho é bem concorrido, já que é a área com o maior número de especialistas. Além de ser amplo e bastante diversificado. A busca pela medicina preventiva que ocorreu nas últimas décadas, contribuiu para a valorização deste médico especialista.
Por causa da sua gama de conhecimento ele está habilitado a trabalhar no setor público e privado, e, também, nas mais diversas instituições. Aqueles que escolhem trabalhar nas salas de emergência ou como diaristas, quase sempre trabalham em regime de plantão. Sendo assim, como ocorre na maioria dos plantões, a remuneração normalmente é fixa, condizente às horas trabalhadas. A rotina é mais estressante, pois lida com pacientes mais críticos.
Também é possível trabalhar na ambulância e na terapia intensiva. Já o médico clínico que atende em consultório molda a sua carga horária e, consequentemente, a sua remuneração. Ele pode montar um consultório com outros especialistas ou terceirizar os seus atendimentos por clínicas privadas.
Nas instituições acadêmicas, por exemplo, os recursos para trabalhar na investigação são maiores, e assim, facilitando a montagem de um esquema terapêutico adequado ao problema. O profissional pode contar inclusive com uma equipe multidisciplinar.
Já no serviço público, o trabalho do médico internista esbarra nas limitações do SUS. Os recursos para investigação do problema já não são tão abrangentes, impactando diretamente na qualidade do tratamento oferecido. Também é possível prestar serviço militar. Então, os clínicos podem trabalhar para o Corpo de Bombeiros, Forças Armadas e nos quarteis da Polícia Militar.
De acordo com informações Glassdoor e do site salario, o clínico geral pode ganhar de 4 mil a 9 mil reais por mês, com uma média salarial de R$8.884,28 por uma jornada de trabalho de 24 horas semanais. Ainda conforme este último site, o teto salarial pode chegar a R$19.978,31.
Isso varia conforme a experiência profissional e a região do país onde está atuando. Vale lembrar que, quanto maior for a demanda pelo especialista, maior será o salário.
Conclusão
A residência médica em Clínica Médica é a primeira mais concorrida do Brasil, então se você optar por ela, estude bastante! Lembre-se que além do seu conhecimento, a prova de residência médica conta também com as suas atividades complementares exercidas ao longo da graduação.
O clínico é um médico generalista, por isso, precisa ter um leque bastante abrangente de conhecimento médico. Se manter atualizado é essencial. Depois de formado, ele tem um vasto mercado de trabalho, sendo uma das vantagens dessa especialidade, sobretudo, se você é uma daquelas pessoas que estão sempre em busca da novidade.
Leia mais:
- Gastroenterologia: residência médica, salário, rotina e mais
- Residência em Nefrologia: O que é, residência médica e mercado de trabalho
- Reumatologia: residência médica e rotina de trabalho
- Hematologia e Hemoterapia: residência médica, áreas de atuação e rotina
- Pneumologia: O que é, residência médica e mercado de trabalho