Logomarca Eu Médico Residente
Preparatórios
SemiExtensivo R1 2025
NOVO
Extensivo R1 2025
Extensivo R+ CM 2025
Extensivo Bases 2025
Intensivos R1 2025
Lista de Espera
Ver todos
Mural dos Aprovados
Central da Residência
Blog
Medtrack
Materiais
Segredos na Aprovação 2025
Bahia (SUS-BA)
14/06
Acessar a Central
Área do Aluno
account_circle
Teste grátis
bolt
/
Blog
/
Estudo
/
Lúpus eritematoso: fisiopatologia, causa, diagnóstico e tratamento
Estudo
•
Publicado em
31/1/24

Lúpus eritematoso: fisiopatologia, causa, diagnóstico e tratamento

Lúpus eritematoso: fisiopatologia, causa, diagnóstico e tratamento
Escrito por:
No items found.
Larissa Mesquita
Compartilhe este artigo

Índice

Example H3
Example H4
Example H5
Example H6
Example H2
Example H3
Example H4
Example H5
Example H6
Example H2
Example H3
Example H4
Example H5
Example H6

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune sistêmica, com apresentação clínica variável, envolvendo diversos sistemas. Ele afeta predominantemente mulheres, em idade fértil. A cantora Selena Gomez é uma figura notória portadora de LES e, em 2017, precisou passar por um transplante de rim devido às repercussões da doença.

Neste post iremos abordar o lúpus eritematoso sistêmico, sua fisiopatologia, quadro clínico e como tratar!

O que é o lúpus eritematoso?

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, com apresentação clínica extremamente variável. Acomete os diversos sistemas do corpo, da pele ao sistema nervoso, de forma lenta ou rápida e progressiva. É mais prevalente em mulheres, em idade fértil, numa proporção de 9 mulheres para 1 homem. É preciso mencionar que risco diminui após menopausa. Porém, quando acomete homens costuma ser mais grave.

Causa do lúpus

O LES é uma doença de etiologia desconhecida, sendo uma combinação de fatores genéticos, imunológicos, endócrinos e ambientais. Algumas mutações genéticas que são raras, mas consideradas de risco muito alto para o desenvolvimento do problema incluem: deficiências dos componentes iniciais do complemento C1q, C1r, C1s (risco maior que 90%), C4 (50%), C2 (20%) e TREX1.

É mais comum em mulheres em idade fértil, sendo 14 vezes maior o risco na síndrome de Klinefelter, o que sugere uma associação com genes do cromossomo X. Além disso, tem importante influência hormonal, principalmente do estrogênio e da prolactina. 

Há vários desencadeadores ambientais identificados. Alguns medicamentos têm sido implicados, sendo a procainamida e a hidralazina os mais relacionados, agindo como a LES, causando desmetilação do DNA e alteração de autoantígenos. 

Além disso, raios ultravioleta e exposição solar levam ao aumento da apoptose celular e podem aumentar predisposição. Outros fatores de risco incluem: infecções virais (especialmente pelo Epsteinn-Barr), tabagismo, exposição à sílica, deficiência de vitamina D etc.

Fisiopatologia do lúpus eritematoso

A fisiopatologia do lúpus eritematoso é complexa e ainda está sendo entendida. Fatores ambientais em pessoas geneticamente susceptíveis parece ser o que leva a ativação da autoimunidade. O dano celular causado pelos fatores ambientais gera ativação de células T e B, que se tornam sustentadas por uma resposta imune crônica e autodirecionada. A liberação de citocinas, ativação do complemento e a produção de autoanticorpos levam a danos aos órgãos, por formação de imunocomplexos.

Fisiopatologia do LES e como causa danos nos órgãos. Fonte: uDocz 
Fisiopatologia do LES e como causa danos nos órgãos. Fonte: uDocz 

Quais os sintomas?

O LES é uma doença multissistêmica com vários fenótipos. As características clínicas podem variar desde uma doença muito leve, com envolvimento apenas mucocutâneo, até uma doença grave com risco de vida e envolvimento de múltiplos órgãos. Vale salientar que, todos os sistemas orgânicos podem estar envolvidos. A maioria dos pacientes vão apresentar os chamados sintomas constitucionais: fadiga, mal-estar, febre, anorexia e perda de peso. 

Manifestações cutâneas

Mais de 80% dos pacientes cursam também com envolvimento mucocutâneo, variando bastante a apresentação. As lesões específicas do lúpus são: 

  • Lúpus eritematoso cutâneo agudo (LECA, que inclui o lúpus eritematoso cutâneo subagudo localizado, malar e generalizado);
  • Lúpus eritematoso cutâneo subagudo (LECS, que inclui o anular e papuloescamosas); 
  • Lúpus eritematoso cutâneo crônico (LECC, que inclui o lúpus eritematoso discóide clássico, hipertrófico/verrucoso, paniculite lúpica/profunda, lúpus túmido, lúpus de frieiras, lúpus discóide de mucosa e lúpus discoide liquenoide). 
Preparatórios EMR
A Metodologia ideal para ser aprovado na Residência Médica ou Revalida

Prepare-se através de uma metodologia testada e aprovada nas principais provas de concurso médico do Brasil.

Saiba mais
Aprove de primeira com os
nossos cursos para Residência
Conhecer os cursos

Quais os sintomas?

O LES é uma doença multissistêmica com vários fenótipos. As características clínicas podem variar desde uma doença muito leve, com envolvimento apenas mucocutâneo, até uma doença grave com risco de vida e envolvimento de múltiplos órgãos. Vale salientar que, todos os sistemas orgânicos podem estar envolvidos. A maioria dos pacientes vão apresentar os chamados sintomas constitucionais: fadiga, mal-estar, febre, anorexia e perda de peso. 

Manifestações cutâneas

Mais de 80% dos pacientes cursam também com envolvimento mucocutâneo, variando bastante a apresentação. As lesões específicas do lúpus são: 

  • Lúpus eritematoso cutâneo agudo (LECA, que inclui o lúpus eritematoso cutâneo subagudo localizado, malar e generalizado);
  • Lúpus eritematoso cutâneo subagudo (LECS, que inclui o anular e papuloescamosas); 
  • Lúpus eritematoso cutâneo crônico (LECC, que inclui o lúpus eritematoso discóide clássico, hipertrófico/verrucoso, paniculite lúpica/profunda, lúpus túmido, lúpus de frieiras, lúpus discóide de mucosa e lúpus discoide liquenoide). 

O LECA pode ser localizado ou generalizado. Tem como lesão característica o rash malar (ou em borboleta), lesão eritematosa que acomete bochechas e ponte nasal. Já no LECS, a lesão pode ser semelhante a psoríase ou ter um clareamento central e descamação periférica, normalmente observada em pacientes com anticorpo anti-Ro positivo (90%). 

Rash malar típico do lúpus eritematoso cutâneo agudo. Fonte: Science Diret
Rash malar típico do lúpus eritematoso cutâneo agudo. Fonte: Science Diret

No LECC, a forma mais comum é o lúpus eritematoso discóide, podendo ser localizado ou generalizado. As lesões são pápulas ou placas eritematosas, em forma de disco, com descamação aderente e clareamento central. 

Lúpus eritematoso discoide. Fonte: MedicinaNET
Lúpus eritematoso discoide. Fonte: MedicinaNET

Ademais, úlceras orais e nasais são comuns e, de forma aguda e indolores. A fotossensibilidade também está presente em mais de 90% dos casos, podendo piorar ou surgir após exposição solar intensa. 

A alopecia pode estar presente se lesão discóide em couro cabeludo ou por queda de cabelo devido a cabelos quebradiços. Além disso, uma vasta variedade de alterações mucocutâneas também podem estar presentes, como vasculite, nódulos reumatoides, urticária, lesões bolhosas, etc. 

Veja também:

  • Reumatologia: residência médica, rotina de trabalho e mais
  • Estou estudando da maneira correta para a residência médica?
  • Médico residente: os principais desafios e benefícios

Manifestações musculoesqueléticas

Cerca de 80 a 90% dos pacientes  sofrem envolvimento musculoesquelético em algum momento do curso da doença, variando de artrite leve a artrite deformante.  A artrite lúpica é tipicamente uma poliartrite inflamatória simétrica e não erosiva, que afeta predominantemente as pequenas articulações das mãos, joelhos e punhos. 

Manifestações hematológicas

A anemia está presente em mais de 50% dos pacientes com LES e mais comumente é anemia de doença crônica. Pode ter também anemia hemolítica, com aumento de DHL e bilirrubina indireta. Se associado a plaquetopenia, chama-se síndrome de Evans.

Manifestações neuropsiquiátricas

A manifestação mais comum do SNC são cefaleias intratáveis, relatadas em mais de 50% dos casos. Podem ser observadas convulsões focais ou generalizadas e estão associadas à atividade da doença.

Outras manifestações do SNC incluem meningite asséptica, síndrome desmielinizante incluindo neurite óptica e mielite, distúrbios do movimento como coreia, neuropatias que mimetizam síndrome de Guillain-Barré e miastenia gravis, e disfunção cognitiva.

Pacientes com LES também apresentam alto risco de acidente vascular cerebral isquêmico. As manifestações psiquiátricas podem variar desde depressão e ansiedade até psicose.

Manifestações renais

A nefrite lúpica é uma complicação comum do LES, que ocorre no início da doença. O envolvimento pode variar desde proteinúria subnefrótica leve até glomerulonefrite progressiva difusa, levando a danos renais crônicos. Seus sinais e sintomas incluem hipertensão de início recente, hematúria, proteinúria, edema de membros inferiores e elevação da creatinina. De acordo com a biópsia, a nefrite lúpica pode ser dividida em 6 classes: 

  • Classe I: Nefrite lúpica mesangial mínima;
  • Classe II: Nefrite lúpica proliferativa mesangial;
  • Classe III: Nefrite lúpica focal;
  • Classe IV: Nefrite lúpica segmentar difusa ou global difusa;
  • Classe V: Nefrite lúpica membranosa;
  • Classe VI: Nefrite lúpica esclerosante avançada.

Manifestações pulmonares e cardíacas 

A pleurite é a manifestação pulmonar mais comum. Outras manifestações pulmonares incluem derrame pleural exsudativo, pneumonite lúpica aguda com infiltrados pulmonares bilaterais, hemorragia alveolar difusa, hipertensão arterial pulmonar, embolia pulmonar e síndrome do pulmão encolhido.

Para mais, o LES pode envolver qualquer camada do coração, incluindo o pericárdio, o miocárdio, o endocárdio e até mesmo as artérias coronárias. A pericardite associada a derrames pericárdicos exsudativos é a manifestação cardíaca mais comum. Pacientes com LES apresentam especialmente alto risco de doença arterial coronariana, seja devido à vasculite coronariana ou à aterosclerose generalizada.

Diagnóstico de lúpus

O diagnóstico pode ser desafiador, já que nenhuma característica clínica ou anormalidade laboratorial pode confirmar o diagnóstico de LES. Vários autoanticorpos foram descritos no LES, com sensibilidade e especificidade variadas.

O fator antinuclear (FAN) é o principal anticorpo e deve sempre ser pedido. Um FAN positivo é observado em mais de 97% dos casos de LES. No entanto, também pode ser observada em vários outros distúrbios e em uma proporção significativa da população saudável, e tem uma especificidade de apenas 20%.

Assim, um FAN positivo não confirma o LES, mas um FAN negativo torna-o significativamente menos provável. Além deste exame, anticorpos específicos como anti-DSDNA, anti-Smith e anti-Ro podem ser solicitados, além de outros anticorpos. 

Os critérios diagnósticos de EULAR de 2019, criado pelo Colégio Americano de Reumatologia, nos ajuda a diagnosticar. Para isso, o paciente necessita ter um FAN positivo (critério obrigatório) e cumprir os demais critérios. A cada um deles são atribuídos pontos, de 2 a 10. Pacientes com 10 ou mais pontos, sendo pelo menos um critério clínico são classificados como portadores de LES. Como pode ser visto abaixo:

Domínio Critério Pontos
Anticorpos antifosfolípides Anticorpos anticardiolipina ouAnticorpos anti-β2GP1 ouAnticoagulante lúpico 2
Proteínas do complemento C3 baixo ou C4 baixoC3 baixo e C4 baixo 34
Anticorpos específicos para LES Anticorpo anti-dsDNA ouAnticorpo anti-Smith 6
Critérios imunológicos para LES. Fonte: Systemic Lupus Erythematosus - StatPearls - NCBI Bookshelf
Domínio Critério Pontos
Constitucional Febre 2
Hematologico LeucopeniaTrombocitopeniaHemólise autoimune 344
Neuropsiquiátrica DelírioPsicoseConvulsão 235
Mucocutâneo Alopecia não cicatricialÚlceras oraisLúpus cutâneo subagudo ou discóideLúpus cutâneo agudo 2246
Seroso Derrame pleural ou pericárdicoPericardite aguda 56
Musculoesquelético Envolvimento conjunto 6
Renal Proteinúria > 0,5 g/24 hNefrite lúpica classe II ou V de biópsia renalNefrite lúpica classe III ou IV de biópsia renal 4810
Critérios clínicos para LES. Fonte: Systemic Lupus Erythematosus - StatPearls - NCBI Bookshelf

Os complementos C3 e C4 devem ser verificados em pacientes com LES ou com suspeita, e níveis baixos de C3 e C4 indicam consumo de complemento e podem se correlacionar com atividade da doença. Marcadores de inflamação como VHS e PCR podem estar elevados. Hemogramas completos, testes de função hepática e testes de função renal devem ser verificados para avaliar o envolvimento de órgãos.

Tratamento 

O tratamento do LES visa prevenir danos aos órgãos e alcançar a remissão. A escolha do tratamento é guiada pelos órgãos envolvidos e pela gravidade do envolvimento e varia desde o tratamento mínimo (AINEs, anti maláricos) até ao tratamento intensivo (corticosteróides e imunobiológicos). A educação do paciente, medidas físicas e de estilo de vida, com cessação de tabagismo e diminuição de exposição solar, e apoio emocional desempenham um papel central no manejo do problema.

Quadros mais leves podem ser tratados com analgésicos, anti-inflamatórios e/ou corticoide em doses baixas (prednisona de 5 a 20 mg/dia), ou até mesmo com uso de corticoide tópico. Na vigência de manifestações mais graves, as doses dos corticoides podem ser bem mais elevadas (prednisona de 60 a 80 mg/dia). 

Geralmente, quando há envolvimento dos rins, do sistema nervoso, pulmões ou vasculite é necessário o uso de imunossupressores, em especial a azatioprina, ciclofosfamida e micofenolato de mofetila, em doses variáveis de acordo com a gravidade do acometimento. O uso da hidroxicloroquina está indicado tanto para as formas mais leves quanto nas mais graves e deve ser mantido mesmo que a doença esteja sob controle.

Conclusão

O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença crônica autoimune, sistêmica e potencialmente grave, que acomete os mais diversos sistemas e órgãos do corpo. É mais comum em mulheres e pode cursar com uma apresentação variada, com acometimento mucocutâneo apenas,  ou ir do sistema renal ao nervoso. 

Para ser diagnosticado, além do FAN positivo, existem os critérios clínicos e laboratoriais de EULAR. O tratamento é feito com anti-inflamatórios e corticoides tópicos em casos leves e corticoides em doses altas, hidroxicloroquina e imunobiológicos em casos mais graves. 

Leia mais:

  • Entenda como a Aterosclerose funciona 
  • Vitiligo: o que é, como identificar e como tratar
  • Esclerose Múltipla: fisiopatologia, quadro clínico e diagnóstico
  • Esclerose Lateral Amiotrófica: o que é e como tratar
  • Doenças inflamatórias intestinais: o que é, sintomas e como tratar

‍

FONTE:

  • VAILLANT, Angel; et.al. Systemic Lupus Erythematosus - StatPearls - NCBI Bookshelf. National Library of Medicine00
  • MOREIRA, Caio. Reumatologia Essencial. 2020
Aprove de primeira com os
nossos cursos para Residência
Conhecer os cursos
O que achou deste conteúdo?

Artigos recentes

Cursos Preparatórios para o ENAMED: A Melhor Forma de Garantir sua Aprovação
Dicas
•
13/6/25
Cursos Preparatórios para o ENAMED: A Melhor Forma de Garantir sua Aprovação
Trabalhou no SUS na Pandemia? Você Pode Ter um Grande Desconto no seu FIES!
Dicas
•
12/6/25
Trabalhou no SUS na Pandemia? Você Pode Ter um Grande Desconto no seu FIES!
Sudeste Concentra 50% da Residência Médica: O Que Isso Significa Para Sua Aprovação?
Dicas
•
11/6/25
Sudeste Concentra 50% da Residência Médica: O Que Isso Significa Para Sua Aprovação?
Síndrome nefrótica sem mistério: aspectos clínicos e conduta prática para acertar nas provas
Estudo
•
10/6/25
Síndrome nefrótica sem mistério: aspectos clínicos e conduta prática para acertar nas provas
Ver todos os artigos

Cadastre-se no Medicina Diária para receber novidades em primeira mão sobre o ENAMED!

Ao confirmar sua inscrição você estará de acordo com a nossa Política de Privacidade.
Logomarca Eu Médico Residente

Cursos

  • Extensivo R1 2025
  • Extensivo R+ CM 2025
  • Extensivo Bases 2025
  • Ver todos

Institucional

  • Sobre
  • Eventos
  • Blog
  • Ajuda
  • Parceiros EMR
  • Fidelize e Ganhe
  • Soluções para Instituições
  • Contato

Endereço

Av. Marquês de Olinda, nº 302, andar 004, Bairro do Recife - Recife- PE, CEP 50030-000

Nossas redes

EMR Eu Médico Residente Ensino Ltda © 2025. Todos os direitos reservados. CNPJ: nº 34.730.954/0001-71
Termos de usoPolítica de Privacidade

Nós utilizamos cookies. Ao navegar no site estará consentindo a sua utilização. Saiba mais sobre o uso de cookies.

Certo, entendi