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Clamídia: fisiopatologia, fatores de risco, sintomas e como tratar
Estudo
•
Publicado em
16/4/24

Clamídia: fisiopatologia, fatores de risco, sintomas e como tratar

Clamídia: fisiopatologia, fatores de risco, sintomas e como tratar
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Fernanda Vasconcelos
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A Clamídia é uma doença transmissível pela relação sexual e é altamente prevalente, representando uma preocupação de saúde pública brasileira. Dada a sua apresentação frequentemente assintomática, a educação sobre prevenção torna-se ainda mais necessária para interromper sua disseminação e proteger a saúde sexual e reprodutiva dos pacientes. Saiba mais como essa condição se desenvolve e como identificá-la para iniciar precocemente o tratamento.

O que é Clamídia?

A Clamídia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, sendo a IST mais comum no mundo. Ela é frequentemente assintomática, mas quando presente, os sintomas podem incluir corrimento vaginal e sangramento pós-coito ou intermenstrual em mulheres, e disúria e secreção uretral em homens.

Essa condição pode levar a complicações graves, como cervicite, uretrite, peri-hepatite, proctite em mulheres e uretrite, epididimite, prostatite, proctite ou artrite reativa em homens.  Nas mulheres, a infecção pode resultar em sequelas graves, como doença inflamatória pélvica e infertilidade.

Fisiopatologia

A clamídia é uma bactéria de característica marcante diante das demais, visto que possui duas formas de desenvolvimento dentro do mesmo ciclo infeccioso, sendo elas o corpo elementar e o corpo reticulado. O corpo elementar é metabolicamente inativo e é absorvido pelas células hospedeiras. Dentro da célula hospedeira, ele se diferencia no corpo reticulado, tornando-se assim ativo. 

O corpo reticulado se aproveita de substratos do hospedeiro para se replicar e infectar as demais células. A C. trachomatis tem como alvo as células epiteliais escamocolunares do endocérvice e do trato genital superior em mulheres, e a conjuntiva, uretra e reto em ambos os sexos. A bactéria é transmitida através do contato direto com tecido infectado, incluindo sexo vaginal, anal ou oral, e pode ser transmitida verticamente durante o parto vaginal.

Em mulheres não tratadas, a bactéria ascende para o trato genital superior e tubas uterinas pelo  epitélio endometrial. Após instalada, ela entra em um estado persistente, no qual permanece metabolicamente inativa mas capaz de reativação, causando uma resposta inflamatória crônica. A inflamação crônica local pode levar a fibrose, cicatrizes, doença inflamatória pélvica e sequelas reprodutivas, como infertilidade.

O período de incubação dessa bactéria é de 15 dias e essa é a fase onde a transmissão é mais provável, mesmo nos casos sem quadro clínico compatível. Durante a gestação, a infecção pela Clamídia pode levar a abortos espontâneos, parto prematuro e baixo peso ao nascer, além de ser um fator de risco para conjuntivite neonatal.

Epidemiologia

No Brasil, a Clamídia é uma infecção sexualmente transmissível de prevalência significativa na maioria de suas regiões. Apesar disso, dados epidemiológicos não são capazes de serem formulados com exatidão, visto que não existe um protocolo de notificação bem estabelecido. Dessa maneira, considera-se ainda uma condição subnotificada. Além disso, muitos casos cursam com ausência de sintomas, o que dificulta ainda mais a sua identificação e mensuração.

Fatores de risco

Os fatores de risco da Clamídia estão diretamente associados a contextos socioculturais, assim como elementos comportamentais. Abaixo estão alguns dos fatores de risco associados à contração da Clamídia no contexto epidemiológico Brasileiro:

FATORES DE RISCO PARA INCIDÊNCIA DE CLAMÍDIA
Múltiplos parceiros(as) sexuais Faixa etária de adolescentes e adultos jovens Início da vida sexual com ≤ 15 anos
Baixo nível socioeconômico Baixa escolaridade Infecção pelo vírus HIV
Fatores de risco para a contração da Clamídia. Fonte: EMR/Fernanda Vasconcelos

Quais os sintomas da Clamídia ?

A Clamídia, apesar de ser uma IST e ter seu foco infeccioso e sintomático na região genital, pode se manifestar com achados sistêmicos. Isso decorre principalmente pelo seu mecanismo fisiopatológico citado anteriormente. 

A infecção urogenital pode resultar em algumas apresentações clínicas. Nas mulheres, a invasão do colo uterino é a mais comum, podendo essa bactéria subir através do óstio cervical e, pelo endométrio, infectar cavidade e anexos genitais, caracterizando a Doença Inflamatória Pélvica (DIP). Uma complicação da endometrite na DIP pode ser a formação de sinéquias (Síndrome de Asherman) que, junto à inflamação crônica, podem gerar problemas de fertilidade.

Imagem mostrando a cervicite causada pela C. trachomatis
Cervicite causada pela C. trachomatis. Fonte: Semantic Scholar

Pacientes com cervicite muitas vezes apresentam corrimento vaginal, sangramento anormal, dor abdominal e disúria, embora grande parte das pacientes infectadas permanecem assintomáticas. A DIP manifesta-se com dor abdominal ou pélvica, náuseas, vômitos, febre e dor durante a relação sexual.

Veja Também:

  • Residência em Infectologia: O que é, Duração, Concorrência e Áreas de Atuação
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Sintomas nos homens

Nos homens, a clamídia afeta a área genital pela uretrite, epididimite, prostatite e linfogranuloma venéreo (LGV). A uretrite pode ter sintomas de disúria e secreção uretral, enquanto a epididimite geralmente se apresenta com dor testicular unilateral e edema palpável do epidídimo. A prostatite pode causar sintomas como disúria, dor pélvica e dor durante a ejaculação, com secreções penianas purulentas, mostrando aumento de leucócitos.

O linfogranuloma venéreo é caracterizado por úlceras genitais indolores que cursam com o aparecimento de linfonodopatia em região inguinal. Essa condição pode afetar ambos os sexos. Além disso, pacientes infectados com clamídia podem desenvolver artrite reativa, conjuntivite, faringite, hepatite e proctite. 

Achado de Linfogranuloma venéreo por infecção de C. trachomatis. Fonte: Drª. Keilla Freitas

No período neonatal, a conjuntivite é uma das complicações mais graves, resultante da transmissão vertical da infecção durante o parto. A pneumonia por esse agente também é possível nessa faixa etária. 

Diagnóstico

O método padrão-ouro para o diagnóstico de Clamídia são os Testes de Amplificação do ácido Nucleico (NAAT). Esse artifício detecta simultaneamente o C trachomatis e N gonorrhoeae, é tanto de alta especificidade quanto de alta sensibilidade e pode ser usado nas mais diversas amostras, como por exemplo: amostra urinária, swab endocervical, uretral, vulvovaginal, oral e orofaringe. Todos os pacientes devem também ser testados para Sífilis e HIV.

Como tratar Clamídia?

A primeira linha do tratamento preconizado pela OMS nos casos de clamídia não complicada pode ser com Azitromicina 1g VO dose única ou Doxiciclina 100mg VO de 12/12 horas por 7 dias. Esquemas alternativos podem ser realizados com Eritromicina, Tetraciclina e Ofloxacin. Nos casos de foco infeccioso anorretal, a Doxiciclina é o medicamento de preferência.

Outras recomendações incluem a abstinência sexual por 7 dias após a dose única ou ao final do tratamento de 7 dias, ambos considerando que o(a) parceiro(a) está tratado(a). É recomendado a realização do teste novamente após 3 meses do fim do tratamento, sendo a maioria dos resultados positivos nesse momento advindos de reinfecção, e não de um tratamento inadequado. 

Conclusão

Em resumo, compreendemos os mecanismos fisiopatológicos, quadro clínico, métodos diagnósticos e manejo antibiótico da infecção causada pelo C. trachomatis. Dessa forma, devemos nos lembrar que a educação sexual e a promoção de informação acerca do uso dos preservativos é dever de todo profissional de saúde, sendo essa a medida mais importante do controle da Clamídia!

Leia mais:

  • Tricomoníase: do quadro clínico ao diagnóstico
  • Sangramento na primeira metade da gestação: causas e tratamento
  • Doença trofoblástica gestacional: causas, sintomas e tratamentos
  • Pré-eclâmpsia: dominando o diagnóstico e o tratamento
  • Infecções sexualmente transmissíveis: o que são, tipos, causas e tratamentos

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FONTES:

  • Chlamydia Genital Infection - DynaMed
  • Chlamydia - StatPearls - NCBI Bookshelf
  • Prevalência de Chlamydia trachomatis e fatores de risco associados à infecção detectada em amostra endocervical
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