O Que É Sofrimento Fetal, Como Diagnosticar e a Conduta Recomendada
Gravidez é um momento ímpar na vida de uma mulher. Mas, também, significa ter mais cuidados com a saúde, já que para o bem-estar da mãe e do bebê é preciso ter algumas restrições.
Um dos maiores motivos de insegurança e ansiedade de quem está esperando um bebê é a possibilidade do sofrimento fetal – condição que pode acabar prejudicando tanto o feto quanto a gestante.
Essa é mais uma das razões pelas quais é tão importante falar mais sobre esse tema. 7
Mas antes de chegar ao tema como identificar essa condição, precisamos saber o que é e
o que caracteriza essa situação.
O Que É Sofrimento Fetal?

É caracterizado pela falta de oxigênio para o feto.
É a situação em que o bebê não recebe a quantidade suficiente de oxigênio no útero durante a gestação ou parto, o que pode interferir diretamente no seu crescimento e desenvolvimento.
Também pode ser caracterizada como aguda, quando há a dificuldade da passagem de sangue da placenta para o feto, sangramento materno ou alterações no cordão umbilical, o que pode levar à morte do bebê ainda no útero.
Também há casos de sofrimento fetal crônico, quando além da falta de oxigênio, o feto também fica sem nutrientes.
Qual a Etiologia do Sofrimento Fetal?
Define-se sofrimento fetal agudo como a presença de hipoxemia e hipercapnia,(acidose metabólica) decorrentes do comprometimento da troca de gases. Na grande maioria, ocorrem durante o parte. Mas, em alguns casos pode vir a ocorrer no ante-parto.
Insuficiência Uteroplacentária Aguda
Hiperatividade uterina (hipersistolia, taquissistolia, hipertonia), sem causa evidente ou:
- Após administração intempestiva e imprudente de ocitócicos.
- Associada à pré-eclâmpsia.
- Associada ao parto obstruído
Hipotensão arterial materna:
- Hemorragias.
- Mau posicionamento da paciente.
- Anestesia de condução.
Insuficiência Fetoplacentária Aguda
Associada a patologia funicular:
- Circulares (cervical, em membros, no abdome)
- Nós falsos e verdadeiros
- Procidência e prolapso
Por autocompressão:
- Oligodramnia
Quais as Causas do Sofrimento Fetal?

A quantidade de oxigênio que chega até ao feto pode estar diminuída devido a algumas situações, sendo as principais:
- Descolamento da placenta;
- Compressão do cordão umbilical;
- Infecção do bebê;
- Diabetes gestacional;
- Pré-eclâmpsia.
Além disso, o sofrimento fetal pode acontecer em mulheres que apresentam alterações no útero que podem interferir no desenvolvimento do bebê no período gestacional.
Quais os Sinais de Sofrimento Fetal?
Esse tipo de acometimento pode ter vários sinais. Vamos listar os principais deles:
Diminuição dos Movimentos Fetais
Os movimentos do bebê no útero são um importante indicador de sua saúde e, por isso, uma diminuição na frequência ou intensidade dos movimentos pode ser um sinal de falta de oxigênio.
Dessa forma, é importante acompanhar atenciosamente a movimentação do bebê e em caso de aumento ou diminuição da sua frequência de movimentos procurar sentidamente um obstetra.
Sangramento Vaginal
Pequenos sangramentos ao longo da gestação em quadro estável são considerados normais.
No entanto, se existir um sangramento abundante pode significar que existe alguma alteração na placenta e, por isso, pode acontecer uma diminuição dos níveis de oxigênio para o bebê.
Nestes casos, deve-se ir imediatamente ao hospital porque o sangramento também pode ser sinal de um aborto, especialmente se acontecer nas primeiras 25 semanas.
Presença de Mecônio na Bolsa de Água
A presença de mecônio na água quando a bolsa estoura é um sinal comum de sofrimento fetal durante o trabalho de parto.
Geralmente, o líquido amniótico é transparente com uma coloração amarelada ou rosada, mas se estiver marrom ou esverdeado, pode indicar que o bebê está em sofrimento fetal.
Cãibras Abdominais Fortes
Embora sejam um sintoma muito frequente durante a gravidez, principalmente porque o útero está alterando e os músculos se adaptando.
Mas, quando surge uma câimbra muito intensa que provoca também dor nas costas pode indicar que existe algum problema, por isso, o bebê pode estar recebendo menos oxigênio.
Alteração do Crescimento do Feto
É importante avaliar nos exames solicitados as alterações de crescimento do feto. Existem padrões de crescimento que quando elevados podem ser uma caracteristica do sofrimento fetal.
Como Fazer o Diagnóstico Antecipado de Sofrimento Fetal?
A realização de exames e etapas como o pré-natal são indispensáveis durante a gestação, já que esses, irão indicar a saúde do bebe e da mãe até o parto.
A seguir, veja como funciona o diagnóstico de malformações como o sofrimento fetal.
Cardiotocografia
A cardiotocografia ou CTG, tem por finalidade fazer um registro da atividade cardíaca fetal. O registro é feito em papel, na forma de traçado, e também observa as contrações uterinas e os movimentos fetais.
Exames realizados no primeiro trimestre:
Devem ser realizados entre a 7ª e 8ª semana de gestação para determinar a idade gestacional, se ele é tópica (acontece naturalmente no útero) ou ectópica (quando embrião implanta em uma das tubas uterinas), detectar os batimentos cardíacos do embrião e a medida dele.
Morfológico do primeiro trimestre
É o mais importante para o rastreamento de alterações cromossômicas (problemas genéticos).
Deve ser realizado entre a 11ª e 14ª semanas de gestação e resulta nos estudos da anatomia fetal, a medida da translucência nucal e a avaliação da presença do osso nasal.
Morfológico do segundo trimestre
Deve ser realizado entre a 20ª e 24ª semana e é a melhor fase para visualizar as alterações anatômicas, confirmar e acompanhar a evolução das malformações detectadas pelo exame realizado no primeiro trimestre.
Avaliação do crescimento fetal
É realizado entre a 28ª e 32ª semana de gravidez e tem como objetivo avaliar o crescimento fetal, posição fetal, líquido amniótico, as condições da placenta e do cordão umbilical.
Qual a Conduta Mais Recomendada Para Sofrimento Fetal?
Se existir suspeita de sofrimento fetal, devido à presença de um ou mais sinais, é importante ir imediatamente ao pronto-socorro ou ao obstetra.
Para avaliação de qual o problema que pode estar causando a diminuição de oxigênio e iniciar o tratamento adequado.
Na maioria dos casos a gestante fica internada para ficar sob cuidados médicos enquanto são realizados processos para acompanhar a saúde dela e do bebê.
Conclusão
O diagnóstico do sofrimento fetal pode ser feito durante o pré-natal, com exames como a ultrassonografia, que avalia o bem-estar fetal, isso deve ser feito desde os primeiros meses de gravidez.
Ao flagrar o quadro precocemente, o feto pode se recuperar e evoluir sem sequelas. Porém, se a falta de oxigênio e nutrientes for prolongada, isso pode levar a problemas logo após o nascimento e também ao longo da vida adulta.
Acompanhamento médico, atenção aos sinais durante a gestação e autocuidado são determinantes.
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