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Publicado em
29/11/21

Residência médica em Otorrinolaringologia: Rotina, Remuneração e Áreas de Atuação

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Residência médica em Otorrinolaringologia: Rotina, Remuneração e Áreas de Atuação

Se você pretende fazer residência médica em Otorrinolaringologia, saiba que a área médica se encontra entre as 15 especialidades com o maior número de profissionais, conforme o Demografia Médica 2023. Estão registrados no CFM mais de 8 mil médicos nesta especialidade, que possui muitas áreas de atuação.

Isso significa dizer que o mercado de trabalho também é bastante amplo e a remuneração bastante variável, já que o profissional lida com diversas disfunções que envolvem estruturas do nariz, ouvido e pescoço (garganta e cordas vocais). Neste texto você encontra mais detalhes como a remuneração, as subespecialidades e o mercado de trabalho para quem faz residência médica em Otorrinolaringologia.

O que é a Otorrinolaringologia?

A Otorrinolaringologia é uma área clínico-cirúrgica considerada bastante ampla e completa, já que lida com três dos cinco sentidos existentes (paladar, olfato e audição) e, por isso, possui inúmeras áreas de atuação. Assim, ao longo de sua formação, o residente estuda e aprende a diagnosticar, tratar e prevenir os distúrbios relativos ao nariz (rinologia), ouvido (otologia) e a boca (laringologia).

Dessa maneira, problemas relacionados à laringe, faringe, garganta e cordas vocais também fazem parte das atribuições do otorrinolaringologista. Dentre as principais doenças tratadas pela especialidade estão: amigdalite, paralisia facial, otite, desvio de septo, distúrbios do sono e rinite

Qual o perfil da Otorrinolaringologia atualmente no Brasil?

Imagem demonstrando um procedimento realizado pelo Otorrino
A maioria dos otorrinolaringologistas são do gênero masculino. Foto: Reprodução/AdobeStock 

O perfil do otorrinolaringologista é predominantemente masculino, mas o número e a porcentagem desses profissionais não difere tanto assim do gênero feminino. Dos 8.100 profissionais - 56,5% deles são do gênero masculino e 43,5% do gênero feminino. Quando o Demografia Médica 2023 aponta para a distribuição dos otorrinolaringologistas por região, existe uma maior concentração de especialistas na região sudeste. Veja a seguir detalhadamente:

  • Região Sudeste: 53,8%
  • Região Nordeste: 17,4%
  • Região Sul: 16,8%
  • Região Centro-Oeste: 8,8%
  • Região Norte: 3,2%

Além disso, vale dizer também que eles estão concentrados na capital (56,2%), seguida do interior (37,5%), e a menor concentração está na região metropolitana (6,3%). A média de idade dos especialistas formados pela residência médica em Otorrinolaringologia é de 47 anos, com a maioria deles sendo maiores de 55 anos de idade. 

Quais as características de um bom otorrinolaringologista?

O otorrinolaringologista precisa ter sede de conhecimento, sobretudo, porque se utiliza muito de equipamentos modernos que estão em constante aperfeiçoamento. É essencial que estejam sempre se atualizando através de artigos, participação em congressos, pesquisas. Assim como através até mesmo da interação com outros profissionais da área.

Além disso, eles precisam também ser bastante curiosos e dedicados. E principalmente, saber ouvir e ter empatia, para prestar o atendimento necessário aos pacientes.

Como é a residência médica em Otorrinolaringologia?

A residência médica em Otorrinolaringologia é uma etapa voltada para médicos que desejam receber o título de otorrinolaringologista. Ela é uma especialização de acesso direto e tem duração total de três anos. Para os especialistas que desejarem se aprofundar em alguma subespecialidade, ainda é possível realizar uma especialização adicional que pode durar entre um ou dois anos.

Por ser considerada uma especialidade clínico-cirúrgica, o residente em Otorrinolaringologia não só faz atendimentos ambulatoriais, como também tem atividades voltadas para a área cirúrgica. Além disso, ele também dá plantões em emergências e participa de atividades teóricas.

De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABROL-CCF) durante a residência médica em Otorrinolaringologia é preciso passar por áreas como: Bucofaringologia, Foniatria, Diagnose e Endoscopia. O residente também deve passar por cirurgias ortodônticas, traumatológicas, estéticas e reparadoras da face; Cirurgia das afecções da cabeça, pescoço e base de crânio; e Otoneuro Cirurgias.

A ABROL-CCF também deixa claro quais procedimentos devem ser oferecidos pelos programas de residência, como: endoscopia naso sinusal rígida e flexível, Impedanciometria e Laringoscopia com telescópio rígido e flexível. O Ministério da Educação determina uma matriz de competências que devem ser adquiridas pelo residente em otorrinolaringologia durante os 3 anos. Veja a seguir algumas delas:

O que devo saber ao final do primeiro ano da residência médica em Otorrinolaringologia?

  • Dominar as bases da anatomia e fisiologia da orelha externa, média e interna, nariz, seios paranasais, boca, faringe, laringe, esôfago cervical, traqueia, face, órbitas, couro cabeludo, base de crânio e pescoço;   
  •  Demonstrar habilidades na realização de exame físico armado otorrinolaringológico, como endoscopia nasal rígida e flexível, faringo laringoscopia rígida e flexível, laringoestroboscopia, traqueoscopia, vídeo-endoscopia da deglutição, vídeo quimiografia, vídeo-otoscopia, micro-otoscopia, vídeo-endoscopia do sono;
  • Compreender a realização de exames de avaliação auditiva como audiometrias, imitanciometria, otoemissões acústicas e audiometrias de tronco cerebral (BERA), e interpretá-los corretamente;
  • Realizar a prescrição do plano terapêutico, informado e aceito pelo paciente e/ou seu responsável legal;
  • Desenvolver habilidade para comunicar e aconselhar pacientes/responsáveis sobre indicações, contra indicações e complicações de procedimentos propostos no plano terapêutico.

O que devo saber ao final do segundo ano da residência médica em Otorrinolaringologia?

  • Dominar o exame físico armado otorrinolaringológico (endoscopia nasal rígida e flexível, faringo laringoscopia rígida e flexível, laringoestroboscopia, traqueoscopia, vídeo-endoscopia da deglutição, vídeo-quimiografia, vídeo-otoscopia, micro-otoscopia, vídeo-endoscopia do sono);
  •  Avaliar e interpretar os exames complementares de diagnóstico de alergias e conhecer a realização e interpretação de testes cutâneos de hipersensibilidade imediata; 
  • Demonstrar habilidade na indicação e interpretação de polissonografia, e compreender as diferentes modalidades de monitorização do sono e teste de latências múltiplas do sono;
  • Dominar as técnicas cirúrgicas em cirurgias otorrinolaringológicas de pequeno e médio porte ou complexidade;
  •  Valorizar o Sistema Único de Saúde, avaliando a estrutura e a regulação.

O que devo saber ao final do terceiro ano da residência médica em Otorrinolaringologia?

  • Dominar a coordenação da equipe cirúrgica otorrinolaringológica durante o ato operatório;
  • Dominar o diagnóstico e tratamento das complicações cirúrgicas intra e pós operatórias mais prevalentes na Otorrinolaringologia;
  • Dominar diagnósticos diferenciais para os distúrbios do sono e julgar a indicação e utilização de terapias clínicas e cirúrgicas incluindo aparelhos intra-orais e terapias de pressão positiva. Ter capacidade de interagir com equipe multiprofissional e inter profissional de Medicina do Sono;
  • Dominar a anamnese e exame físico otorrinolaringológico voltado para cirurgia craniomaxilofacial. Dominar o diagnóstico e tratamento, bem como a indicação de terapias multidisciplinares e multiprofissionais;
  •  Dominar a indicação e utilização de tecnologias em cirurgias otorrinolaringológicas, como microdebridador, laser e radiofrequência.

O que estudar para ser um residente em Otorrinolaringologia?

Para se tornar um residente em Otorrinolaringologia, é preciso, primeiramente, fazer a faculdade de medicina, para então fazer a prova de residência médica para a especialidade, que é de acesso direto. Dessa maneira, para que você seja aprovado na residência médica, é preciso se dedicar ao máximo aos estudos, e o Eu Médico Residente pode estar com você nessa jornada.

Os cursos extensivos do Eu Médico Residente possuem o direcionamento específico para bancas em Pernambuco, São Paulo, Ceará, Bahia e Paraíba. Mas se você vai fazer prova em outros estados, também temos um preparatório polivalente, direcionado para as principais provas do país. Todos eles oferecem a preparação para o ENARE como bônus

O banco de questões com mais de 50 mil questões, flashcards, resumos e mapas mentais, além da plataforma de métricas que monitora o seu desempenho são alguns dos benefícios que fazem parte dos cursos extensivos do Eu Médico Residente.   

Como funciona a rotina profissional do otorrinolaringologista?

Como a Otorrinolaringologia é uma especialidade clínico-cirúrgica, então o médico pode escolher dividir o seu dia a dia de trabalho entre o consultório, os plantões, ambulatórios, clínicas e as cirurgias (marcadas ou emergenciais). A rotina nesta área médica permite ter uma maior qualidade de vida

Nos plantões, dentre outras coisas, é o otorrino o responsável por fazer a remoção de corpos estranhos inseridos no nariz, ouvido ou boca. Ele pode trabalhar em clínicas privadas, em hospitais públicos e privados ou pode montar o seu próprio consultório. Nesse último caso é preciso planejamento, pois precisará de um investimento inicial para a compra dos equipamentos de trabalho, a fim de realizar os atendimentos com excelência.

No consultório é comum o atendimento de pacientes com queixas de perda auditiva ou ronco. Assim como também de indivíduos com infecções agudas das vias respiratórias. O que faz a rotina do profissional ser tranquila, na maior parte do tempo.

Aqueles que escolhem trabalhar em hospitais ou clínicas particulares, normalmente ganham pelos valores estabelecidos pelos planos de saúde ou conforme a sua produtividade, que é baseada no valor das consultas.

Mercado de trabalho e remuneração de um médico otorrinolaringologista 

O mercado de trabalho é bastante amplo, como visto anteriormente, e oferece mais oportunidades nas capitais de estados da região sudeste, que concentram o maior número de profissionais. Sendo assim, a remuneração de um Otorrinolaringologista pode variar também de acordo com a sua experiência profissional e a sua área de atuação. Mas, para a vista de outras especialidades clínicas, esta é financeiramente mais vantajosa, já que o especialista pode realizar tanto procedimentos ambulatoriais quanto cirúrgicos. 

Mas em linhas gerais, segundo com o site salário - que faz uma pesquisa junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web - ele ganha em média R$ 7.170,64 por uma jornada de trabalho de 20 horas semanais

Quais as áreas de atuação de um otorrinolaringologista?

Imagem ilustrativa de procedimento realizado pelo otorrinolaringologia
A residência médica em Otorrinolaringologia possui duração de 3 anos. Foto: Reprodução/ShutterStock

Como já foi dito anteriormente, a residência médica em Otorrinolaringologia possui 3 anos de duração, mas é possível estudar mais um pouco e fazer uma especialização adicional. São elas:

Laringologia

É uma área que estuda a laringe e as suas mais diversas funções. Dessa maneira, além de cuidar da saúde vocal, cuida também dos distúrbios de deglutição, tosse crônica e pigarro, por exemplo.

Rinologia

A rinologia cuida dos problemas que acometem as vias aéreas superiores. Sendo assim, trabalha com doenças que acometem o nariz e os seios da face, sejam eles funcionais ou estéticos.

Otologia/Otoneurologia

Área responsável pelo estudo do equilíbrio corporal e do sistema auditivo. Sendo responsável pelo tratamento clínico e cirúrgico de distúrbios ocorridos no sistema de equilíbrio e no aparelho auditivo.

Medicina do Sono

Esta subespecialidade é responsável por estudar as funções do sono, diagnosticar e tratar os distúrbios do sono, a fim de melhorar a qualidade de vida e de saúde dos pacientes.

Otorrinolaringologia Pediátrica

É uma área responsável pelo diagnóstico e tratamento de afecções do ouvido, boca e nariz de pacientes recém-nascidos, de crianças e adolescentes. Assim, doenças auditivas, respiratórias e alérgicas, alterações no desenvolvimento da fala e distúrbios do sono são tratados na otorrinopediatria.

Otorrinolaringologia ocupacional

É uma área nova da Otorrinolaringologia, e os profissionais que optam por ela trabalham para reduzir as doenças relacionadas ao trabalho. Como por exemplo, são responsáveis por detectar precocemente a perda auditiva de pessoas que trabalham expostas a ruídos.

Estomatologia

A Estomatologia se dedica a estudar às doenças da boca, sejam ela infecciosas, inflamatórias ou imunológica

Foniatria

A foniatria estuda a comunicação humana e seus distúrbios, sejam eles na audição, voz, fala, linguagem ou aprendizagem. Os profissionais que optam por essa área podem trabalhar em conjunto com médicos da Pediatria, Genética e Psiquiatria.

Além de todas essas subespecialidades clínicas, também existem as cirúrgicas:

  • Cirurgias Plásticas faciais (rinoplastia, blefaroplastia, ritidoplastia e otoplastia)
  • Cirurgia Cérvico-Facial (doenças da cabeça e pescoço, englobando a tireoide)
  • Cirurgia Craniomaxilofacial (doenças e deformidades do crânio e dos maxilares)

Conclusão

A otorrinolaringologia é uma área com muitas possibilidades e que exige do profissional muita dedicação e atualização. Assim, é possível ver que o lugar onde o residente em otorrinolaringologia irá atuar dependerá de suas habilidades.

Então ele pode trabalhar como clínico, na realização de consultas, ou como cirurgião. A residência médica em Otorrinolaringologia visa formar os médicos para o mercado de trabalho, assim, entender mais sobre a especialidade é essencial para saber se ela se encaixa no seu perfil, naquilo que você almeja.

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