Logomarca Eu Médico Residente
Preparatórios
SemiExtensivo R1 2025
NOVO
Extensivo R1 2025
Extensivo R+ CM 2025
Extensivo Bases 2025
Intensivos R1 2025
Lista de Espera
Ver todos
Mural dos Aprovados
Central da Residência
Blog
Medtrack
Materiais
Segredos na Aprovação 2025
Bahia (SUS-BA)
14/06
Acessar a Central
Área do Aluno
account_circle
Teste grátis
bolt
/
Blog
/
Estudo
/
Feocromocitoma: O que é, Diagnóstico e Tratamento
Estudo
•
Publicado em
18/12/22

Feocromocitoma: O que é, Fisiopatologia e Sintomas Clínicos

Feocromocitoma: O que é, Fisiopatologia e Sintomas Clínicos
Escrito por:
No items found.
Ellen Kosminsky
Compartilhe este artigo

Índice

Example H3
Example H4
Example H5
Example H6
Example H2
Example H3
Example H4
Example H5
Example H6
Example H2
Example H3
Example H4
Example H5
Example H6

O feocromocitoma é um tumor raro, que atinge cerca de 0.8 a cada 100.000 pacientes por ano. Em indivíduos hipertensos, é responsável por causar hipertensão arterial secundária - hipertensão devido à doença identificável - em 0,2% dos pacientes.

Para mais, é um tumor que atinge igualmente homens e mulheres, sendo mais comumente diagnosticados durante a quarta e quinta década de vida. E mais, quando não identificado e ressecado, o feocromocitoma pode provocar desfechos fatais. 

O que é Feocromocitoma?

O feocromocitoma é um tumor de células cromafins. Essas células estão localizadas na camada medular da glândula suprarrenal, e apresentam em seus citoplasmas grânulos neurossecretores de catecolaminas (dopamina, epinefrina, norepinefrina). Dessa forma, o feocromocitoma é um tumor secretor de catecolaminas.

Observe o aspecto histológico dos tumores secretores de catecolaminas. Esses tumores são formados por agrupamentos arredondados de células (Zellballen), envoltos por tecido conjuntivo-vascular. Fonte: Anatpat link: https://anatpat.unicamp.br/lamendo7.html
Observe o aspecto histológico dos tumores secretores de catecolaminas. Esses tumores são formados por agrupamentos arredondados de células (Zellballen), envoltos por tecido conjuntivo-vascular. Fonte: Anatpat 

As células cromafins são análogas aos gânglios simpáticos, que são neurônios do sistema nervoso autônomo que também tem função de secreção de catecolaminas. Assim, à microscopia, as células neoplásicas do feocromocitoma tem morfologia muito semelhante à morfologia desses neurônios. Observe a imagem abaixo.

Observe a célula neoplásica secretora de catecolaminas e sua similaridade ao neurônio. Fonte: Anatpat link: https://anatpat.unicamp.br/lamendo7.html
Observe a célula neoplásica secretora de catecolaminas e sua similaridade ao neurônio. Fonte: Anatpat 

Para mais, o feocromocitoma faz parte dos tumores secretores de catecolaminas (TSC), representando 85 a 95% dos tumores intra-adrenais. Já os tumores extra supra renais, também secretores de catecolaminas, são denominados paragangliomas, representando 10 a 15% dos TSCs.

Além disso, apesar da maioria dos TSC apresentarem-se de forma esporádica, cerca de 40% decorrem de herança familiar, sendo autossômica dominante. Nesses pacientes, é mais comum que o tumor apresente-se bilateralmente (em ambas as adrenais) ou em forma de paragangliomas.

Por fim, as doenças familiares associadas com o feocromocitoma são a síndrome de Hippel-Lindau (10%), as neoplasias endócrinas múltiplas tipo II (50%) e a neurofibromatose tipo I (2 a 3%).

Preparatórios EMR
A Metodologia ideal para ser aprovado na Residência Médica ou Revalida

Prepare-se através de uma metodologia testada e aprovada nas principais provas de concurso médico do Brasil.

Saiba mais
Aprove de primeira com os
nossos cursos para Residência
Conhecer os cursos

Sintomas do Feocromocitoma:

Cerca de 50% dos pacientes com feocromocitomas apresentam sintomas. Sendo a principal manifestação a hipertensão arterial sistêmica. Essa, quando presente, pode ser uma hipertensão arterial sistêmica resistente, definida pela níveis pressóricos acima dos valores almejados, mesmo após introdução de três fármacos anti-hipertensivos de diferentes classes, incluindo um diurético. 

Ou ainda, através da hipertensão paroxística, em que 50% dos pacientes apresentam picos hipertensivos alternados com momentos de pressão arterial dentro dos limites da normalidade. Essas manifestações clínicas estão associadas com o aumento das catecolaminas circulantes, bem como pela secreção de outras substâncias vasoativas que podem ser secretadas pelo feocromocitoma.

Assim, a secreção de catecolaminas promove a tríade clássica de sintomas do feocromocitoma: taquicardia, sudorese profusa e cefaléia. Entretanto, é importante ter em mente que a maioria dos pacientes não apresenta a tríade clássica dos sintomas. Todavia, quando presentes, apresentam sensibilidade de 89% e especificidade de 67% para diagnóstico dos tumores secretores de catecolaminas.

Por fim, em alguns poucos pacientes, a principal catecolamina secretada pelo feocromocitoma é a adrenalina. Nesses indivíduos, o principal sintoma pode ser tanto a hipertensão quanto a hipotensão, e o paciente pode referir ataques de pânico. E ainda, outros sintomas como tremores e fadiga. 

Diagnóstico

O diagnóstico do feocromocitoma requer a comprovação do excesso de liberação de catecolaminas, seguido da documentação anatômica do tumor. Muitos pacientes recebem o diagnóstico de forma acidental em exames de imagens, solicitados por queixas não relacionadas ao feocromocitoma, devido à maior disponibilidade de recursos nas últimas décadas. Aproximadamente 60% dos pacientes recebem o diagnóstico após achado acidental em tomografia computadorizada.

Tomografia computadorizada e corte axial demonstrando o feocromocitoma de glândula suprarrenal direita (seta branca). Fonte: MedicinaNET linkn: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5626/feocromocitoma.htm
Tomografia computadorizada e corte axial demonstrando o feocromocitoma de glândula suprarrenal direita (seta branca). Fonte: MedicinaNET

Os exames laboratoriais para aferição das catecolaminas consistem na medição de seus metabólitos, no plasma ou na urina. Assim, são pesquisadas a metanefrina ou a normetanefrina fracionadas livres no plasma, que apresentam sensibilidade de 97% e especificada de 93%. Entretanto, como a medição sérica desses metabólitos apresenta custos mais elevados, indica-se iniciar a pesquisa com os metabólitos na urina.

A medição da metanefrina isolada na urina de 24 horas ou sua associação com as catecolaminas urinárias, apesar de mais sensíveis, são menos específicas. Contudo, valores acima de 2 vezes o limite superior da normalidade indicam alta probabilidade diagnóstica de tumores secretores de catecolaminas.

Apesar disso, é preciso ter em mente que outras situações clínicas podem cursar com aumento das catecolaminas urinárias. Exemplo disso são as doenças agudas, sepse e o infarto agudo do miocárdio. Bem como a insuficiência cardíaca descompensada, uso de antidepressivos tricíclicos e antipsicóticos. 

Todavia, os valores de catecolaminas costumam ser inferiores aos encontrados nos casos de tumores secretores de catecolaminas. Contudo, recomenda-se a suspensão dos antidepressivos tricíclicos e antipsicóticos pelo menos duas semanas antes de realizar a dosagem das catecolaminas.

Para mais, os exames de imagem de escolha para diagnóstico do feocromocitoma são a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética (RM). À RM, o feocromocitoma apresenta-se com hipersinal em T2. E ainda, a cintilografia é um exame muito eficaz na localização do feocromocitoma, bem como do paraganglioma, doenças metastáticas e múltiplos tumores cromafins.

Ressonância magnética de abdome em T2, demonstrando feocromocitoma com hipersinal. Fonte: Dra Suzana Vieira link: https://drasuzanavieira.med.br/2019/12/09/feocromocitoma-e-paraganglioma/#jp-carousel-5768
Ressonância magnética de abdome em T2, demonstrando feocromocitoma com hipersinal. Fonte: Dra Suzana Vieira
Aprove de primeira com os
nossos cursos para Residência
Conhecer os cursos

Tratamento:

A excisão cirúrgica do tumor é o tratamento definitivo para o feocromocitoma, promovendo a cura em 90% dos casos. Dessa forma, a remoção total e precoce do tumor proporciona, na maioria das vezes, a remissão total dos sintomas, assim como a cura da hipertensão arterial sistêmica. E ainda, previne a ocorrência de metástases.

O preparo para a cirurgia deve ser feito com alfa-1-bloqueadores, como a doxazosina ou a prazosina, a fim de normalizar a pressão arterial e expandir o espaço intravascular. Além disso, deve-se realizar hidratação venosa adequada e aumentar a ingesta oral de sódio, essa última por pelo menos duas semanas antes da realização da cirurgia.

O tratamento medicamentoso crônico também inclui o uso de alfa-1-bloqueadores, bem como betabloqueadores (BB) - em caso de taquicardia sintomática - bloqueadores de canal de cálcio (BCC), inibidores de conversão da angiotensina II (IECA) e outros medicamentos agonistas de ação central.

Para tratamento da crise hipertensiva paroxística, considerada uma emergência médica, deve-se iniciar o nitroprussiato de sódio ou a fentolamina injetável. E mais, realizar a reposição volêmica, caso seja necessário.

Prognóstico

A maioria dos feocromocitomas são benignos, com metástases ocorrendo em 10% dos casos. Entretanto, esses são historicamente e bioquimicamente análogos aos tumores benignos, diferindo desses apenas por sua capacidade de invasão local de tecidos, que podem ocorrer até 50 anos após a ressecção do tumor.

Além disso, a variação na forma e tamanho da célula tumoral não consegue predizer a gravidade do tumor, uma vez que, em tumores endócrinos, é difícil prever o comportamento biológico apenas a partir do aspecto morfológico. 

Por essas razões, o acompanhamento do paciente com feocromocitoma, mesmo após a ressecção do tumor, é imprescindível.

Conclusão

O feocromocitoma, apesar de ser um tumor raro, pode trazer diversas complicações para o paciente. Assim, reconhecer seu papel como diagnóstico diferencial da hipertensão arterial sistêmica refratária, bem como sua tríade clássica, formas de diagnóstico e importância da ressecção cirúrgica precoce, tornam-se fundamentais.

Leia Mais:

  • Câncer Colorretal: Sintomas, Como Diagnosticar e Tratar
  • Neoplasias Uroteliais: tumores de bexiga
  • Dislipidemia: O que é, Tipos, Causas, Sintomas e Tratamentos

 

FONTES:

  • Barroso, Weimar Kunz Sebba et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021. 
  • FAUCI, Jameson. et al. Medicina Interna de Harrison. Porto Alegre: AMGH, 2020.
  • YOUNG, F. W., KEBEBEW, E. Treatment of pheochromocytoma in adults. UpToDate. 2021. 
  • YOUNG, W. F. Clinical Presentation and diagnosis of pheochromocytoma. UpToDate. 2022. 
O que achou deste conteúdo?

Artigos recentes

Cursos Preparatórios para o ENAMED: A Melhor Forma de Garantir sua Aprovação
Dicas
•
13/6/25
Cursos Preparatórios para o ENAMED: A Melhor Forma de Garantir sua Aprovação
Trabalhou no SUS na Pandemia? Você Pode Ter um Grande Desconto no seu FIES!
Dicas
•
12/6/25
Trabalhou no SUS na Pandemia? Você Pode Ter um Grande Desconto no seu FIES!
Sudeste Concentra 50% da Residência Médica: O Que Isso Significa Para Sua Aprovação?
Dicas
•
11/6/25
Sudeste Concentra 50% da Residência Médica: O Que Isso Significa Para Sua Aprovação?
Síndrome nefrótica sem mistério: aspectos clínicos e conduta prática para acertar nas provas
Estudo
•
10/6/25
Síndrome nefrótica sem mistério: aspectos clínicos e conduta prática para acertar nas provas
Ver todos os artigos

Cadastre-se no Medicina Diária para receber novidades em primeira mão sobre o ENAMED!

Ao confirmar sua inscrição você estará de acordo com a nossa Política de Privacidade.
Logomarca Eu Médico Residente

Cursos

  • Extensivo R1 2025
  • Extensivo R+ CM 2025
  • Extensivo Bases 2025
  • Ver todos

Institucional

  • Sobre
  • Eventos
  • Blog
  • Ajuda
  • Parceiros EMR
  • Fidelize e Ganhe
  • Soluções para Instituições
  • Contato

Endereço

Av. Marquês de Olinda, nº 302, andar 004, Bairro do Recife - Recife- PE, CEP 50030-000

Nossas redes

EMR Eu Médico Residente Ensino Ltda © 2025. Todos os direitos reservados. CNPJ: nº 34.730.954/0001-71
Termos de usoPolítica de Privacidade

Nós utilizamos cookies. Ao navegar no site estará consentindo a sua utilização. Saiba mais sobre o uso de cookies.

Certo, entendi