O dermatofibroma, também chamado de histiocitoma fibroso benigno ou fibroma simples, é um tipo de lesão cutânea comum, que não deve ser confundida com tumores malignos.
Ele ocorre mais em adultos e costuma se apresentar em membros inferiores como pápulas sólidas hiperpigmentadas ou de cor castanho ou rosa.
Sua etiologia ainda não é bem estabelecida, apesar de ter sido mais observado em pacientes com doenças autoimunes, em locais onde houve traumas ou picadas de artrópodes.
O que é dermatofibroma?
Consiste em uma neoplasia benigna de células de origem mesenquimal, que se exibe como uma lesão papulonodular de tamanho menor que 1 cm na maioria dos casos (mas pode exceder 2 cm).
As pápulas são sólidas, hiperpigmentadas – em pacientes de pele clara, podem surgir nas cores castanho claro e rosa – e levemente elevadas, apesar de formar uma pequena concavidade (sinal de depressão) quando comprimida.

A sua forma eruptiva é mais comum em pacientes imunodeprimidos, especialmente os que fazem uso de (bloqueadores de fator de necrose tumoral alfa - TNF-α) ou possuem lúpus, e caracteriza-se pelo aparecimento súbito de múltiplos fibromas simples.
No caso de haver lesões parecidas, mas de tamanho grande, é preciso investigar a possibilidade de ser um dermatofibrossarcoma protuberante (DFSP), tipo de neoplasia maligna rara, mas extremamente agressiva no local da lesão.
Histopatologia
Na histologia observa-se uma proliferação na derme reticular, predominantemente de fibroblastos.
Pode haver também presença de histiócitos, por isso o sinônimo de histiocitoma fibroso comum.
Os histiocitomas fibrosos benignos são aderidos ao tecido subcutâneo em um padrão radial, como demonstrado na imagem abaixo.

O hemangioma esclerosante é a hemorragia de um fibroma simples, onde é possível visualizar células sanguíneas extravasadas com abundante pigmento de hemossiderina.
A epiderme sobrejacente a essa neoplasia benigna é geralmente hiperplástica (consistência assemelha-se à borracha) e hiperpigmentada.
Um achado raro pode ser a concomitância de um histiocitoma fibroso benigno com o carcinoma basocelular (CBC).
Diagnóstico
O diagnóstico do dermatofibroma é feito clinicamente, mas algumas lesões devem ser avaliadas com cautela, para diferenciá-lo do dermatofibrossarcoma protuberante.
Uma pápula sólida, bem definida, hiperpigmentada, de pequeno diâmetro (<1cm) e localizada em membros inferiores, deve ser mantida em observação clínica apenas, por ser muito sugestiva de fibroma simples, ou seja, de uma lesão benigna.
Se houver crescimento dessa lesão, aparentemente benigna ou ela for localizada em tronco, tiver cor vermelho-azulada e presença de placa queloidiforme, se faz necessária a realização de uma biópsia, pois é sugestivo de DFSP.
Alguns marcadores histológicos na biópsia podem indicar se a lesão é consistente com DFSP, como CD34 positivo, Fator XIIIa negativo e Estromelisina-3 negativa.
Tratamento
Os dermatofibromas podem involuir espontaneamente após alguns anos, mas devem ser excisionados e biopsiados nos casos de dúvida diagnóstica com CBC, DFSP ou melanomas.
A excisão puramente por estética não é recomendada, pois a cicatriz resultante pode ser mais perceptível que a lesão original, mas alguns pacientes se sentem incomodados ou desejam confirmação diagnóstica, então pode ser indicada.
A crioterapia/criocirurgia também é uma possibilidade. É uma técnica que utiliza o uso controlado de temperaturas baixas, através de substâncias químicas (nitrogênio), para destruir tecidos, com finalidade terapêutica.
Esse é um procedimento de baixo custo e os resultados estéticos são muito satisfatórios.
Conclusão
O dermatofibroma é uma lesão de evolução benigna, mas que pode se assemelhar clinicamente com lesões mais graves, como o DFSP, CBC e melanoma.
É uma lesão pequena, que pode regredir após um tempo, não sendo necessária a excisão cirúrgica.
Apesar disso, para os pacientes incomodados com a aparência, recomenda-se a crioterapia, que destrói a lesão de maneira que a estética não é prejudicada.
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FONTES:
- Dermatologia Azulay 6ª edição 2015
- Dermatologia Bolognia 3ª edição 2015