Estudo
Publicado em
19/3/21

Hipertrofia das adenoides

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Hipertrofia das adenoides

A adenoide é um tecido linfático localizado na porção superior da nasofaringe, medialmente à trompa de Eustáquio. Faz parte do anel de Waldeyer, composto pelas tonsilas faríngea (adenoide), palatina (amídala) e lingual. 


Ilustração da relação das adenoides com a trompa de Eustáquio e da obstrução que a hipertrofia das adenoides pode causar na nasofaringe. Foto: Reprodução/ MD.Saúde
Ilustração da relação das adenoides com a trompa de Eustáquio e da obstrução que a hipertrofia das adenoides pode causar na nasofaringe. Foto: Reprodução/ MD.Saúde

A hipertrofia das adenoides é frequente em crianças, possuindo uma prevalência de 34,5% nesse público. Pode ocorrer devido a quadros virais ou bacterianos, através de estímulo antigênico por infecções agudas ou crônicas. A hipertrofia também pode ocorrer devido a etiologia não infecciosa, como no refluxo gastroesofágico, alergias e exposição à fumaça do cigarro. Normalmente é um quadro autolimitado, com resolução após a puberdade, época em que ocorre atrofia do tecido. 

Sinais e sintomas

A sintomatologia do quadro está diretamente relacionada com o grau de obstrução. Os principais sinais e sintomas são a rinorreia, respiração bucal, tosse, apneia do sono e roncos. Devido à proximidade anatômica com a trompa de Eustáquio, a criança pode apresentar queixas de hipoacusia, otite média recorrente e otalgia. Obstruções significativas podem provocar sinusite, manifestando-se com sintomas como dor e sensação de pressão na região da face.

O achado da “fácies adenoideana” no exame físico indica uma cronicidade do quadro. Ela é caracterizada pela presença da respiração bucal e problemas ortodônticos como o desalinhamento da arcada dentária e a alteração do crescimento dos ossos da face, principalmente do osso maxilar. Ademais, a diminuição da oxigenação durante o sono pode provocar hiperatividade, dificuldade de concentração e irritabilidade, além de sonolência diurna, voz anasalada e falhas no crescimento.

Achados do exame físico da “face adenoideana”. Foto: Reprodução/MD.Saúde


Diagnóstico

O diagnóstico diferencial deve ser feito durante o exame físico, através da busca por corpo estranho, rinosinusite, pólipos nasais e anormalidades congênitas. O diagnóstico de hipertrofia das adenoides é dado através da história clínica e do exame físico do paciente. A realização de uma rinoscopia para melhor visualização do grau de obstrução e das estruturas nasais (vestíbulo, conchas inferiores, septo nasal) é recomendada, se disponível. Além disso, a radiografia lateral da cabeça pode ser útil, principalmente para crianças pouco cooperativas, mas não é necessária para dar o diagnóstico.

Radiografia lateral da cabeça (raio-X de cavum). As setas pretas mostram a base do crânio. A letra “A”, localizado na nasofaringe, indica crescimento de tecidos moles, obstruindo a passagem de ar. Achado de hipertrofia das adenoides. Foto: Reprodução/Scielo
Radiografia lateral da cabeça (raio-X de cavum). As setas pretas mostram a base do crânio. A letra “A”, localizado na nasofaringe, indica crescimento de tecidos moles, obstruindo a passagem de ar. Achado de hipertrofia das adenoides. Foto: Reprodução/Scielo

Tratamento

Caso a hipertrofia das adenoides decorra de causas infecciosas, o tratamento deve ser iniciado. A amoxicilina é o medicamento de escolha para adenoidites bacterianas agudas não complicadas. Já em infecções crônicas ou recorrentes, esse antibiótico deve ser utilizado juntamente com inibidores de beta-lactamase, como o ácido clavulânico.

Para mais, devido aos possíveis impactos na qualidade de vida, a remoção cirúrgica das adenoides (adenoidectomia) é indicada para pacientes que apresentam obstruções recorrentes ou persistentes, otite de repetição, perda auditiva, apneia do sono ou respiração bucal.

FONTE:

  • Geiger Z, Gupta N. Adenoid Hypertrophy. 2020 Aug 10. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan–. PMID: 30725669.