Covid-19
Publicado em
27/3/21

Pesquisa aponta qual o perfil de quem evolui para doença pulmonar persistente após a Covid-19

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Pesquisa aponta qual o perfil de quem evolui para doença pulmonar persistente após a Covid-19

Estudo divulgado no último dia 3, mostra qual o perfil das pessoas com mais probabilidade de evoluir com doença intersticial grave, após ter a Covid-19. Realizado no Reino Unido e publicado no MDedge: Infectious Disease, ele também mostrou que a função pulmonar melhora quando o tratamento é feito com corticoides. Além disso, também foi observado que o tratamento convencional promove a redução dos sintomas da inflamação pulmonar grave.

A pesquisa foi realizada com pessoas, quatro semanas depois da alta hospitalar, que apresentavam sinais e sintomas. Então, a população de estudo foi de 325 indivíduos. Vale salientar que foi um estudo observacional, prospectivo e monocêntrico.

Posteriormente, na sexta semana, essa população foi submetida a exames laboratoriais, assim, 77 indivíduos (24%) foram identificados com a doença pulmonar grave e persistente. Sendo encaminhados para o tratamento com uma equipe multidisciplinar.

Desse total, 59 pacientes apresentaram alterações intersticiais persistentes após a Covid-19. Deles, 35 tinham pneumonia em organização. Os 30 pacientes tratados com corticóide tiveram um aumento médio relativo de 31,6% da capacidade de difusão pulmonar. Não só isso, a capacidade vital forçada teve um aumento de 9,6% e os sinais e sintomas, inclusive os achados radiológicos, apresentaram uma melhora.

O corticóide administrado foi a prednisolona. Os pacientes receberam uma dose máxima inicial de 0,5mg/kg, com um desmame rápido durante três semanas. No entanto, por causa do tipo de comorbidade, alguns deles receberam doses menores.

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Os homens têm maior probabilidade de desenvolver doença pulmonar persistente

O estudo identificou qual o perfil dos indivíduos que evoluíram para a doença intersticial pulmonar inflamatória persistente. Sendo assim, boa parte deles era do sexo masculino (71,5%) e tinham sobrepeso (IMC médio de 28,3 Kg/m2). No entanto, apenas 26% era obeso. Em relação às comorbidades, as mais comuns foram a asma e o diabetes (22,9%), e boa parte dos indivíduos tinham pelo menos uma.

O tempo médio de internação da população de estudo foi de 16,9 dias. Sendo que, 82,9% fizeram uso de oxigênio suplementar, 55% foram para UTI e 46% fizeram ventilação mecânica. Por isso, a pesquisa também observou que os pacientes mais vulneráveis para a doença pulmonar, na maioria das vezes, foram hospitalizados e tiveram um quadro grave da Covid-19.

Diante disso, todas essas constatações são importantes, dentro outras coisas, por quantificar o grau da doença pulmonar após a Covid-19. Desse modo, as análises mostram que a identificação precoce dos pacientes com essa doença e o tratamento com corticóide podem evitar a lesão pulmonar persistente e cicatricial.

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