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DPOC: o que é, causas, sinais e sintomas
Estudo
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26/12/23

DPOC: o que é, causas, sinais e sintomas

DPOC: o que é, causas, sinais e sintomas
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Larissa Mesquita
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A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença pulmonar comum, potencialmente fatal, caracterizada por limitação do fluxo de ar nos pulmões e destruição do tecido pulmonar. 

É uma doença mais comum em tabagistas e ex-tabagistas de grande monta, com prevalência aumentando de acordo com a idade, e com a quantidade e anos de exposição ao cigarro. Estima-se que seja a terceira causa mais comum de morbimortalidade no mundo, acometendo cerca de 15% dos adultos no Brasil.

Neste post iremos abordar o que é a DPOC, como diagnosticar, estratificar e tratar!

O que é DPOC?

A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença que acomete as vias aéreas, parênquima pulmonar e vasculatura pulmonar, gerada por uma inflamação crônica por exposição a gases nocivos, que causam diminuição do fluxo aéreo e obstruem as vias aéreas, gerando sintomas respiratórios persistentes. É uma doença comum, prevenível e tratável.

Como a DPOC acomete os alvéolos. Fonte: DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica - saudebemestar.pt 
Como a DPOC acomete os alvéolos. Fonte:  DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica - saudebemestar.pt 

Qual a fisiopatologia?

A DPOC é uma doença inflamatória que está associada com mudanças estruturais nos pulmões, causadas por uma inflamação crônica gerada por exposição prolongada a partículas e gases nocivos, principalmente aqueles gerados pelo tabagismo. Acredita-se que o processo envolve estresse oxidativo e desequilíbrios protease-antiprotease. 

Ela causa bronquite e uma alteração estrutural chamada de enfisema.  Na bronquite, ocorre anormalidade de pequenas vias aéreas devido ao edema de mucosa, que também leva a estreitamento das vias e limitação ao fluxo.

No enfisema, há destruição dos sacos aéreos alveolares, gerando obstrução. É gerada por uma substância nociva, que causa uma resposta inflamatória pela qual neutrófilos, linfócitos CD8 e macrófagos são recrutados e liberam múltiplos mediadores inflamatórios, oxidantes e excesso de proteases. A destruição da elastina mediada por protease leva à perda de retração elástica e resulta no colapso das vias aéreas durante a expiração. 

A resposta inflamatória e a obstrução das vias aéreas causam diminuição do volume expiratório forçado (VEF1) e a destruição tecidual leva à limitação do fluxo aéreo e comprometimento das trocas gasosas. A hiperinsuflação dos pulmões é frequentemente observada em estudos de imagem e ocorre devido ao aprisionamento de ar devido ao colapso das vias aéreas durante a expiração. A incapacidade de expirar completamente também causa elevações nos níveis de dióxido de carbono (CO2). 

Fisiopatologicamente, difere da asma por ter limitação persistente do fluxo aéreo, enquanto na asma é flutuante; e por ter predomínio de inflamação neutrofílica, enquanto na asma o predomínio é eosinofílico.

Causas da DPOC

A doença pulmonar obstrutiva crônica é causada por exposição prolongada a partículas e gases nocivos, principalmente aqueles presentes no cigarro. O tabagismo é o principal fator de risco de DPOC, principalmente o tabagismo ativo, mas também pode ser causado por tabagismo passivo. 

Outras causas incluem exposição a gases e poluentes, exposição ocupacional, exposição a fogão de lenha e deficiência de alfa-tripsina-1. É importante lembrar que tabagismo nem sempre vai gerar o problema, sendo apenas naqueles com alta carga tabágica (maior que 10 maços-ano) e com genética susceptível.

Embora o histórico de tabagismo esteja presente na maioria dos casos, há muitos sem esse histórico. Deve-se sempre questionar sobre exposição ao fumo passivo, exposições ocupacionais e ambiental, e histórico familiar.

Quando pensar em deficiência de alfa-1-antitripsina?

Pacientes jovens, com menos de 45 anos, sem fatores de risco associado, com quadro de enfisema panacinar basal (já que a alteração mais comum costuma ser em ápice) e hepatopatia inexplicada. Pode ter também vasculite C-ANCA e história familiar de deficiência de alfa-1-antitripsina. Segundo a OMS, é recomendado pesquisar essa deficiência em todos os pacientes com DPOC.

Sinais e sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica

Tórax em barril, alteração típica da DPOC. Fonte: DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) - Professor Gustavo Dias
Tórax em barril, alteração típica da DPOC. Fonte: DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) - Professor Gustavo Dias

A doença pulmonar obstrutiva crônica normalmente se manifesta com dispneia crônica e progressiva, tosse crônica e expectoração. Podem ocorrer também sibilos e dor torácica atípica. Uma doença mal controlada vai causar despertares noturno e impactar na qualidade de vida. 

No exame físico, pode ser visto tempo de expiração prolongado, auscultado sibilos, aumento do diâmetro da parede ântero-posterior (tórax em barril) e baqueteamento digital. Em casos mais graves de baixa oxigenação, pode ter queda na saturação de oxigênio, cianose central, pletora facial, edema de MMII e murmúrios vesiculares diminuídos.

Como fazer o diagnóstico?

O diagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crônica é suspeitado de acordo com quadro clínico e fatores de risco e confirmado por meio da espirometria. Uma relação entre o volume expiratório forçado no primeiro segundo e a capacidade vital forçada (VEF1/CVF) inferior a 0,7 após broncodilatador confirma o diagnóstico. O VEF1 é utilizado também para classificação de gravidade, como pode ser visto a seguir:

Grau VEF1 (% do previsto)
GOLD 1 Leve ≥ 80
GOLD 2 Moderado 50 – 79
GOLD 3 Grave 30 – 49
GOLD 4 Muito grave < 30
Tabela do índice prognóstico de hepatite fulminante de Wilson. Um valor maior que 7 indica prognóstico muito ruim e alto risco de mortalidade. Fonte:Classificação espirométrica de gravidade da DPOC

A radiografia e tomografia de tórax não são necessárias para diagnóstico, mas podem evidenciar enfisema e hiperinsuflação pulmonar (coração em gota, retificação das cúpulas diafragmáticas, aumento do espaço retroesternal e aumento no número de costelas visíveis). A gasometria arterial também corrobora diagnóstico ao avaliar necessidade de oximetria e nível de retenção de CO2. 

Veja também:

  • Pneumologia: O que é, residência médica e mercado de trabalho
  • Estou estudando da maneira correta para a residência médica?
  • Médicos no Brasil: pesquisa revela quanto ganham e a situação trabalhista

Estadiamento

Além da classificação espirométrica GOLD já mostrada, a doença pulmonar obstrutiva crônica é dividida em 3 subgrupos, que nos ajudam no direcionamento do tratamento: A, B e E. Para essa classificação, são avaliados os números de exacerbações e a persistência dos sintomas. 

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Categoria mMRC Descrição
0 Dispneia só com grandes esforços.
1 Dispneia se andar rápido ou subir ladeira.
2 Andar mais devagar do que a pessoa da mesma idade devida falta de ar; ou há necessidade de parar para respirar quando caminha no plano em seu próprio ritmo.
3 Dispneia após andar menos de 100 metros ou após andar alguns minutos no plano.
4 Não sai de casa devido dispneia.
Tabela do índice prognóstico de hepatite fulminante de Wilson. Um valor maior que 7 indica prognóstico muito ruim e alto risco de mortalidade. Fonte: Escala mMRC. Fonte: PEBMED

Para avaliar os sintomas, duas escalas podem ser utilizadas: a mMRC (modified medical research council) e a CAT (COPD assessment test). A pontuação é usada como referência no estadiamento combinado GOLD.

Teste de avaliação da DPOC (CAT). Fonte: GOLD 2023: do ABCD para o ABE e impactos na terapia para o paciente - PEBMED
Teste de avaliação da DPOC (CAT). Fonte: GOLD 2023: do ABCD para o ABE e impactos na terapia para o paciente - PEBMED

De acordo com o escores na mMRC ou na CAT e com o número de exacerbações no último ano, é possível fazer o estadiamento combinado GOLD, como pode ser visto abaixo:  

Estadiamento da DPOC. Fonte: PEBMED 
Estadiamento da DPOC. Fonte: PEBMED 

Quais os tratamentos da doença pulmonar obstrutiva crônica?

Os principais objetivos do tratamento para a doença pulmonar obstrutiva crônica é controle de sintomas, melhora de qualidade de vida e reduzir as exacerbações. O tratamento não farmacológico é baseado em cessação do tabagismo e reabilitação pulmonar. É recomendada a vacinação anual contra a influenza em todos os pacientes e a pneumocócica 13-valente naqueles com mais de 65 anos ou com comorbidades significativas. 

O tratamento medicamentoso é feito com o uso de broncodilatadores (beta-2-agonistas e agente antimuscarínicos) e corticoide inalatório. Ele é guiado de acordo com a estratificação combinada GOLD, dividido em grupos A, B e E.

Classe medicamentosa Exemplos
SABA (Beta-2-agonista de curta duração) Salbutamol (Aerolin)
SAMA (Anti-muscarínico de curta ação) Ipatrópio
LABA (Beta-2-agonista de longa duração) Formoterol (Alenia), Salmeterol
LAMA (Anti-muscarínico de longa duração) Tiotrópio (Spiriva), Iotrópio
CI (corticoide inalatório) Beclometasona (Clenil), Budesodina
Classes de medicações usadas no tratamento da DPOC. Fonte: EMR

Grupo A

É indicado o uso de algum broncodilatador como terapia contínua, podendo ser de curta (salbutamol), porém é comum dar preferência aos de longa (LABA ou LAMA). 

Grupo B

Para o grupo B, recomenda-se utilizar os dois broncodilatadores de longa, um LAMA e um LABA. 

Grupo E

Para o grupo E, recomenda-se fazer a associação de LAMA com LABA, com corticoide inalatório naqueles pacientes com eosinófilo maior ou igual a 300. Nos pacientes com VEF1 menor que 50%, recomenda-se o uso de roflumilaste e azitromicina.

Antes de progredir no tratamento, é sempre importante avaliar se o motivo da não melhora clínica é a baixa adesão medicamentosa ou uso inadequado do dispositivo. Por isso, é sempre importante checar como o paciente usa o dispositivo. O SABA é a droga de escolha nas exacerbações. 

Resumo da terapia inicial farmacológica na DPOC. Fonte: Revisão #7 | Guia TdC - Atualizações em Clínica Médica 
Resumo da terapia inicial farmacológica na DPOC. Fonte: Revisão #7 | Guia TdC - Atualizações em Clínica Médica 

Em pacientes exacerbadores, mesmo após a otimização de tratamento e em uso de LAMA, existem outras opções que podem ser feitas. Naqueles com eosinófilos > 100, recomenda-se sempre associar o corticoide inalatório. Nos demais, são opções também o roflumilast, macrolídeos ou N acetil cisteína, que já mostraram benefícios em pacientes exacerbadores. 

Outros tratamentos

Outros tratamentos incluem: cirurgia redutora (enfisema localizado), oxigenoterapia, uso de VNI (ventilação não invasiva) em caso de retenção de CO2, transplante pulmonar e uso de metilxantinas ou mucolíticos. O uso de oxigênio domiciliar é feito em pacientes com Pa 02 < 55 mmHg ou Sat 02 < 88% ou em pacientes com policitemia ou cor pulmonale associado a Pa02 entre 55 e 60 mmHg ou Sat02 < 88%. 

Prognóstico

O prognóstico da doença pulmonar obstrutiva crônica é variável com base na adesão ao tratamento, incluindo cessação do tabagismo e prevenção de outros gases nocivos. Pacientes com outras comorbidades geralmente apresentam pior prognóstico. A limitação do fluxo aéreo e a dispneia são geralmente progressivas.

Conclusão

A doença pulmonar obstrutiva crônic é uma doença pulmonar comum, que acomete cerca de 15% da população brasileira adulta. É potencialmente fatal e traz grande impacto na vida dos pacientes. É caracterizada por um quadro de tosse crônica, dispnéia progressiva e expectoração, normalmente em pacientes tabagistas. O diagnóstico é feito por meio da espirometria e o tratamento por meio do uso de broncodilatadores.

Leia Mais:

  • Tuberculose pulmonar: sintomas, diagnóstico e tratamento
  • Síndrome gripal: epidemiologia, sintomas e tratamento
  • Tórax: como fazer diagnósticos através da Radiografia e Tomografia
  • Tromboembolismo Pulmonar: quais os fatores de risco, como diagnosticar e tratar
  • Hipertensão Pulmonar: entenda o que é, o quadro clínico e tratamento

‍

FONTE:

  • AGARWAL, Anuj; et. Al. Chronic Obstructive Pulmonary Disease - StatPearls - NCBI Bookshelf 
  • MORAES, Ricardo.  GOLD 2023: do ABCD para o ABE e impactos na terapia para o paciente - PEBMED 
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