Covid-19
Publicado em
6/7/22

Tudo que você precisa saber sobre a quarta onda de Covid-19

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Tudo que você precisa saber sobre a quarta onda de Covid-19

A partir do fim de abril deste ano os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e de Covid-19 voltaram a crescer no país.

Segundo dados do último Boletim INFOGripe divulgados pela Fiocruz, o Brasil está com uma tendência de alta a curto e longo prazo nos casos de SRAG.

As informações divulgadas nesta segunda (04) mostraram que houve 175.110 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Brasil, no período de 19 a 25 de junho e que 77,6% destes casos foram causados pelo Sars-CoV-2.

Além disso, segundo o consórcio de imprensa formado por g1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, só no último dia 4 de julho, o país registrou mais de 57 mil novos casos de Covid-19, uma alta de mais de 40% em relação a 14 dias atrás.

 Esse novo aumento significativo de infecções está sendo chamado por especialistas como a 4ª onda de Covid-19, mas o que explica uma nova onda de casos no Brasil? É sobre isso que falaremos nesse texto, leia mais! 

O que explica uma quarta onda de COVID?

Algumas medidas podem explicar o surgimento dessa nova onda e ajudar na prevenção de outras, são elas:

Fim do Estado de Emergência 

No começo de abril deste ano, o Ministério da Saúde declarou o fim do estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no Brasil (ESPIN). 

A medida, entre outras coisas, tornou mais difícil para que novos leitos destinados a pacientes infectados com o vírus Sars-Cov-2 fossem abertos, o que aumenta a sobrecarga nos hospitais num cenário de aumento brusco dos casos como o atual.

Resoluções como a compra de testes, contratação de profissionais de saúde em caráter de urgência e regras sobre a telemedicina também estavam atreladas à ESPIN.

Clima

Casos de doenças respiratórias de um modo geral costumam ter um aumento no meio do ano na temporada outono/inverno, e nesse ano não foi diferente.

Com o clima mais frio, as pessoas costumam se reunir mais em espaços fechados, o que favorece a transmissão do coronavírus.

Fim das medidas de prevenção

No começo de abril deste ano, após uma queda expressiva do número de registros em todo o país, também ocorreu o fim das medidas de prevenção a Covid-19 de forma obrigatória na maior parte do Brasil. 

No dia 08 do mesmo mês, a Paraíba tornou o uso de máscaras facultativo e não obrigatório, sendo o último estado do país a desobrigar o uso desses equipamentos de proteção.

Além dessa, outras medidas de prevenção que inibem o contágio do novo coronavírus, como o distanciamento mínimo dentro de espaços como lojas, cinemas e bares, também não são mais obrigatórias.

Com o aumento de casos nas últimas semanas, no entanto, algumas unidades federativas voltaram a recomendar o uso de máscaras em seu território.

Em São Paulo, por exemplo, o uso é obrigatório dentro de prédios públicos e recomendado em ambientes fechados.

Já em Belo Horizonte o uso das máscaras voltou a ser obrigatório em todos os locais fechados da cidade.

As novas variantes

A vacinação é uma das medidas mais eficazes na prevenção a casos graves de Covid-19. Foto: Reprodução/Adobe StockA vacinação é uma das medidas mais eficazes na prevenção a casos graves de Covid-19. Foto: Reprodução/Adobe Stock
A vacinação é uma das medidas mais eficazes na prevenção a casos graves de Covid-19. Foto: Reprodução/Adobe Stock

Além dos dados listados acima, um outro fator também contribui para o aumento dos números no país: o surgimento de novas variantes

Ao infectar uma pessoa, o vírus da Covid-19 pode sofrer alterações em sua carga genética. A maioria das alterações são insignificantes, mas algumas com alterações mais expressivas são chamadas de variantes. 

No começo de maio o Butantã detectou casos das variantes BA.4 e BA.5, sublinhagens da Omicron, no país. Essas mutações estão classificadas como variantes de preocupação, ou seja, podem causar um aumento de transmissibilidade, da gravidade da doença ou alterar seus sintomas clínicos ou diminuir a eficácia de medidas sociais e de saúde públicas como vacinas e remédios. 

Com os escapes de imunidade provocados pela baixa cobertura na dose de reforço da vacina contra o Covid-19, e o fator que essas variantes contaminam também pessoas que tiveram o vírus anteriormente, BA.4 e BA.5 são responsáveis por quase metade dos casos prováveis de Covid-19, segundo dados do Instituto Todos Pela Saúde.

Quarta dose da vacinação

A vacinação faz parte da lista de medidas mais eficientes contra a doença, diminuindo significativamente a aparição de qualquer sintoma e, consequentemente, da chamada Covid longa.

Contudo, já se sabe que a proteção fornecida pela imunização cai após alguns meses, por isso é necessário tomar uma dose de reforço após quatro meses da última dose. 

Atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde é que todos acima dos 12 anos tomem pelo menos três doses do imunizante.

Para pessoas imunossuprimidas, profissionais de saúde ou com mais de 50 anos já é possível tomar a segunda dose de reforço contra a Covid-19, a chamada quarta dose de vacina.

 A medida garante um aumento na proteção contra a infecção e, num possível acometimento pelo patógeno, diminui significativamente os riscos de internação e morte.

Conclusão

O aumento dos casos nos últimos meses reforça a importância de medidas que já conhecemos como o uso de máscara, distanciamento mínimo entre as pessoas e a vacinação, que deve sempre estar atualizada com a dose de reforço disponível para o grupo específico. 

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