Residência Médica em Medicina de Tráfego: como funciona, salário e mercado

A escolha da especialidade no momento da residência médica é um dos tantos desafios que pairam a vida do estudante de medicina e a sua carreira. Por isso, conhecer a fundo a rotina da residência médica de cada especialidade é um fator que facilitará essas escolhas. Sabendo disso, nesse conteúdo nos aprofundaremos na residência médica em Medicina de Tráfego.

Segundo o Demografia Médica Brasil, em 2023 a área da Medicina de Tráfego conta com 8.411 registros de especialistas, sendo 64,3% homens. A especialidade é considerada nova na área médica e possui as suas particularidades. A seguir, saiba mais sobre as principais características e a residência médica em Medicina de Tráfego.

O que é a Medicina de Tráfego?

A Medicina de Tráfego é a área responsável por garantir o bem-estar do indivíduo que se desloca independentemente do meio que possibilite a sua mobilidade, isso inclui a preservação de aspectos físicos, psíquicos e sociais. A ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) é a sociedade que confere o título aos profissionais que escolhem seguir a especialidade.

Uma das características principais da área são os estudos dedicados aos acidentes de trânsito e suas causas, além de indicar possíveis prevenções a fim de suavizar o nível das consequências. Continue a leitura e conheça as possibilidades de atuação na área, rotina da residência médica e mais!

Qual é o perfil do médico especialista em Medicina de Tráfego?

Ao falarmos do perfil do médico especialista em Medicina de Tráfego, vale reforçarmos que a especialidade cuida do bem-estar físico, psicológico e social do indivíduo que se desloca, independentemente do meio. Sabendo disso, fica notável que o médico da área lida com diferentes situações que em algumas vezes são complexas, o que exige que o profissional seja minimamente analítico.

Outro ponto ideal para o perfil do médico especialista em Medicina do Tráfego é a colaboração, visto que o profissional que atua nessa área também colabora com o Poder Público na construção de leis de trânsito, entre outros serviços que minimizam os riscos de acidentes.

Como funciona a rotina do especialista em Medicina do Tráfego?

A Medicina de Tráfego cuida do bem-estar físico, psicológico e social do indivíduo que se desloca, independentemente do meio. Foto: Reprodução/Envato

O médico especialista em Medicina de Tráfego possui uma rotina considerada mais calma em relação a comparação a outras especialidades. O profissional atua em diferentes clínicas conveniadas ao DETRAN e no seu dia a dia realiza diversas atividades, entre alguma delas estão:

Exames de aptidão física e mental dos pacientes;
Acuidade visual;
Acuidade auditiva;
Desenvolvimento de critérios médicos e psicológicos para a segurança da condução;
Garantir a saúde ocupacional dos motoristas profissionais;
Mapear os grupos de risco para acidentes de trânsito;
Divulgar índices e as consequências dos acidentes no trânsito;
Estudar problemas causados por acidentes de trânsito e avaliar seguros e indenizações;
Atendimento pré hospitalar;
Transporte e resgate de vítima de acidente no trânsito;
Estudar as principais causas dos acidentes de trânsito;
Advertir pacientes não qualificados a dirigir;
Auxiliar seguradoras, entre outras atividades.

Como é a residência médica em Medicina do Tráfego?

A residência médica em Medicina de Tráfego tem duração de dois anos e é uma especialidade de acesso direto. O programa tem como objetivo geral capacitar o médico especialista a dominar as competências essenciais para avaliar, orientar e trazer soluções relacionadas a acidentes de tráfego. A seguir, confira as principais competências que devem ser adquiridas ao final de cada ano da residência médica em Medicina de Tráfego:

R1 de Medicina de Tráfego

O primeiro ano da residência médica da especialidade envolve o conhecimento através de diversas atividades aplicadas em diferentes exames, avaliações e procedimentos básicos que vão colaborar com o desenvolvimento profissional do residente ao longo do programa, entre algumas dessas atividades estão:

Procedimentos para a realização do exame de aptidão física e mental para condutores;
Normas técnicas e legislativas vigentes;
Avaliação do candidato a condutor com deficiência;
Juntas Médicas Especiais e Recursais;.
Procedimentos e aconselhamentos aos candidatos a motorista alinhados às particularidades de cada indivíduo;
Orientações para diferentes perfis (condutores gestante, motociclista, jovem, usuário de álcool e/ou medicações, idoso, entre outros;
Procedimentos para avaliar e tratar da prevenção das doenças dos motoristas profissionais;
Identificar as condições inseguras do tráfego;
Exames admissionais, periódicos e demissionais de motoristas;
Conhecimentos em DPVAT e suas coberturas, medicina de seguros e perícia médica securitária;
Procedimentos para avaliar danos corporais, psiquiátricos, neurológicos, ortopédicos e outros;
Formulação de relatórios, entre outras atividades.

R2 de Medicina de Tráfego

O segundo e último ano do programa de residência médica em Medicina de Tráfego também envolve diferentes atividades focadas em desenvolver as competências e domínios exigidos ao término do curso. Entre algumas delas, as principais são:

Conhecimento da medicina aeroespacial;
Fatores de riscos ambientais;
Complicações das doenças preexistentes;
Diagnóstico e manejo das alterações cardiovasculares, neurológicas, oftalmológicas, otorrinolaringológicas, do aparelho digestivo e respiratório, psiquiátricas, entre outras;
Legislações pertinentes ao ambiente aéreo e emergências na aviação;
Emergências médicas (parada cardiorrespiratória, edema agudo de pulmão, acidente vascular cerebral, choque circulatório, parto a bordo e mais;
Transporte aeromédico;
Código Brasileiro de Aeronáutica;
Avaliações para habilitação certificada marítima para Segurança do Tráfego Aquaviária;
Ambiente físico das embarcações;
Doenças frequentes em navegantes;
Atendimento no local do acidente (APH);
Transporte da vítima para o hospital;
Avaliação primária e secundária;
Avaliar e orientar o candidato com deficiência à habilitação;
Valorizar a integração em Bancas Especiais para a prova prática com veículo adaptado, entre outras atividades.

O que estudar para a residência médica em Medicina do Tráfego?

Para iniciar na residência médica em Medicina de Tráfego é essencial focar em um estudo direcionado e específico para a banca escolhida. Por isso, o Eu Médico Residente possui cursos pensados exclusivamente para quem quer alcançar a aprovação na residência médica dos sonhos.

O Eu Médico Residente possui preparatórios tanto para residências médicas regionais, quanto para quem está no internato e já quer se preparar com antecedência. Os cursos, além de serem ministrados por excelentes especialistas, ainda contam com inteligência artificial integrada à plataforma, banco com mais de 40 mil questões comentadas, flashcards, resumos, mapas mentais e mais! Conheça:

Mercado de trabalho, salário e áreas de atuação para a Medicina do Tráfego

Segundo o portal Salario.com.br, um médico especialista em Medicina de Tráfego pode chegar a ganhar até R$8.306,51, considerando uma média de R$4.161,51 para uma carga horária de 32 horas semanais de trabalho. Vale lembrar que a média salarial pode variar dependendo do estado.

As possibilidades para as áreas de atuação do médico profissional são amplas, visto que o especialista poderá atuar na Medicina de Tráfego Ocupacional, Medicina de Tráfego Preventiva, Medicina de Tráfego Curativa, Medicina de Tráfego Aeroespacial e Medicina do Viajante, trabalhando em diferentes locais como aeroportos, clínicas, sindicatos, seguradoras e mais.

Conclusão

A Medicina de Tráfego é uma área de extrema importância na medicina, pois visa estudar, avaliar e solucionar as mais viáveis possibilidades para garantir a diminuição dos acidentes de trânsito, além das possíveis consequências negativas causadas nos condutores.

O programa de residência médica tem duração de dois anos e tem como objetivo oferecer o conhecimento das principais competências para atuar na área. As atividades para garantir o máximo conhecimento e domínio ao final da residência colaboram para o desenvolvimento do profissional e suas futuras atuações na Medicina de Tráfego.

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