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Publicado em
22/6/22

Medicina Paliativa: conheça a área recente da medicina, seu objetivo e cenário atual

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Medicina Paliativa: conheça a área recente da medicina, seu objetivo e cenário atual

Sendo uma área nova da medicina, com uma abordagem clínica pouco comum até então, a medicina paliativa é uma área pouco conhecida e que está em grande expansão.

Até pouco tempo atrás era comum o entendimento de que os cuidados paliativos eram destinados apenas a pacientes com câncer e sem perspectiva de cura. 

Hoje, no entanto, é recomendado que o tratamento paliativo se inicie junto com o diagnóstico de qualquer doença que ameace gravemente a vida, sendo comum o encaminhamento para indivíduos com doenças neurológicas, como o Alzheimer e a demência, e doenças coronarianas.

É comum que os cuidados paliativos aconteçam de forma conjunta ao tratamento convencional, buscando não só tratar a doença, mas também focando no bem-estar do paciente. 

O que é a Medicina Paliativa?

A definição da Organização Mundial de Saúde destaca que a medicina paliativa é “uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e familiares que estejam lidando com uma doença ameaçadora da vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, ao identificar e tratar precocemente a dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais”.

Dessa forma, o cuidado paliativo foca no bem-estar de quem sofre com alguma doença que cause risco a vida.

A equipe paliativista tem uma abordagem multidisciplinar. Buscando trazer conforto através do âmbito emocional, espiritual e clínico. 

Assim, entre outras coisas é permitido que o indivíduo fique perto dos familiares mesmo dentro do hospital, por exemplo, e que mantenha os hábitos religiosos o máximo possível.

Além disso, a área foca na prevenção e tratamento dos sintomas, garantindo mais qualidade de vida ao enfermo, independente da fase da doença em que se encontre. 

Como é no Brasil?

De acordo com o segundo Atlas Global de Cuidados Paliativo, o Brasil se encontra no nível 3A (numa escala de 1 a 4) de medicina paliativa. 

A oferta de cuidados paliativos vem crescendo no país, no entanto, apenas 12% da demanda está sendo atendida. 

Além disso, apenas 7% dos hospitais com mais de 50 leitos no Brasil contam com uma equipe de medicina paliativa.

O cenário de carência se estende desde a formação, já que a prática só é ensinada em 14% dos cursos de medicina do país e desses, apenas 6% são feitos de forma obrigatória.

A medicina paliativa foca na qualidade de vida e bem-estar do paciente por meio de uma abordagem multidisciplinar. Foto: Reprodução/AdobeStock
A medicina paliativa foca na qualidade de vida e bem-estar do paciente por meio de uma abordagem multidisciplinar. Foto: Reprodução/AdobeStock

Como é a residência em cuidados paliativos?

A residência médica em cuidados paliativos é recente na medicina brasileira, dessa forma poucos hospitais oferecem vagas para essa área.

Segundo dados da Academia Nacional de Cuidados Paliativos apenas 15 instituições oferecem o curso, e a maior parte se concentra na região sudeste

A especialização tem duração de dois anos e é focada no preparo do médico para dar suporte emocional e proporcionar uma melhor qualidade de vida ao doente. 

A partir do próximo ano, seguirá a nova matriz de competências da área, aprovada em abril deste ano. 

Desconstruir a ideia de busca constante pela cura, afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural, melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso de vida são alguns dos princípios dessa especialidade.

Além disso, há pouca padronização quanto a organização das residências. Para se tornar residente em cuidados paliativos no IMIP em Pernambuco, por exemplo, não é necessário nenhum pré-requisito. 

Já para cursar no Grupo Hospitalar Conceição, único hospital que oferece a residência em Porto Alegre, é necessário o título de residente em Clínica Médica e Medicina da Família e Comunidade.

Tipos de cuidados paliativos

O controle dos sintomas e cuidado emocional e espiritual do paciente e da família fazem parte da Medicina Paliativa. Foto: Reprodução/AdobeStock
O controle dos sintomas e cuidado emocional e espiritual do paciente e da família fazem parte da Medicina Paliativa. Foto: Reprodução/AdobeStock

Os cuidados paliativos podem ser oferecidos tanto em hospitais, na casa do paciente através de home care ou nos chamados hospices, clínicas especializadas no cuidados de pacientes com doença crônica ou em estado avançado. 

Através de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogos, nutricionistas, enfermeiros, entre outros, é decidido de forma conjunta com o paciente e sua família a forma e o local no qual o tratamento irá ocorrer. 

É importante ressaltar que, com uma abordagem focada na pessoa, todas as decisões são feitas conjuntamente com ela, a equipe médica e sua família.

Dentre as abordagens do cuidado paliativo estão o controle dos sintomas, cuidado espiritual e emocional para o paciente e seus familiares e o suporte ao enfrentamento do luto

Dessa forma a equipe paliativa trata desde o diagnóstico até após a morte através de acolhimento e suporte emocional a família. 

Conclusão

Uma das áreas com abordagem mais humanizada da medicina, o cuidado paliativo é uma área em grande expansão no país, tanto pela pouca oferta atual quanto pelo envelhecimento da população. 

Com o envelhecimento populacional e a maior valorização dos cuidados paliativos, a medicina paliativa é um setor com muitas oportunidades.

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