A medicina não para, e para você que está na jornada da residência médica, ficar um passo à frente das novas diretrizes é o que separa a aprovação da concorrência. A asma, uma das doenças respiratórias crônicas mais prevalentes no mundo, teve o seu manual de manejo atualizado.
As diretrizes da Global Initiative for Asthma (GINA) são a referência global para o diagnóstico e tratamento da asma. A atualização GINA 2025 chegou com mudanças cruciais que vão impactar sua prática clínica e, claro, as questões das provas de residência.
Neste guia completo, vamos desvendar ponto a ponto o que há de novo no GINA 2025. Prepare-se para dominar desde os biomarcadores Tipo 2 até o manejo de exacerbações e se destacar no internato e na sua futura carreira.
Principais destaques do GINA 2025 (resumo rápido)
Para você que precisa de uma visão geral antes de mergulhar nos detalhes, aqui estão as mudanças mais importantes:
- Biomarcadores Tipo 2: Eosinófilos e FeNO agora são centrais no diagnóstico e manejo.
- Tratamento Preferencial: A terapia MART com ICS-formoterol (Pista 1) é reforçada como a melhor abordagem.
- Fenoterol Banido: ⚠️ O uso de fenoterol foi oficialmente contraindicado devido a riscos cardiovasculares.
- Asma Pediátrica (≤5 anos): Critérios de diagnóstico mais claros e sulfato de magnésio IV recomendado para crises (o nebulizado não mais).
- Exacerbações: Planos de ação reorganizados e doses de SABA mais bem definidas.
- Impacto Climático: Uma nova seção aborda como o clima afeta o controle da asma.
A Nova era dos biomarcadores tipo 2 na asma
Uma das atualizações mais significativas do GINA 2025 é a centralidade dos biomarcadores de inflamação Tipo 2: eosinófilos sanguíneos e óxido nítrico exalado fracionado (FeNO). Eles são fundamentais para diagnosticar, fenotipar e guiar o tratamento, especialmente na escolha de terapias biológicas.
Atenção à variabilidade circadiana
Um detalhe que pode cair na sua prova: a contagem desses marcadores varia ao longo do dia.
- Eosinófilos: Pico pela manhã.
- FeNO: Nível mais baixo pela manhã.
Essa informação é vital para interpretar os resultados corretamente e evitar erros na indicação de tratamentos.
Aplicações práticas dos biomarcadores
- Diagnóstico: Níveis elevados apoiam o diagnóstico de asma Tipo 2, mesmo com espirometria normal.
- Prognóstico: Eosinófilos ou FeNO altos indicam maior risco de exacerbações.
- Escolha do Tratamento: Na asma grave, níveis elevados predizem melhor resposta a terapias biológicas.
Dica de prova: sempre verifique a adesão e a técnica inalatória antes de escalar o tratamento!
Asma Infantil (≤5 Anos): O que muda no diagnóstico e tratamento?
Manejar asma em crianças pequenas é sempre um desafio. O GINA 2025 simplificou a abordagem.
Diagnóstico simplificado
O diagnóstico agora se baseia em 3 pilares clínicos:
- Episódios recorrentes de sibilância.
- Exclusão de outras doenças.
- Resposta clara ao tratamento da asma (melhora com SABA ou com um curso de 2-3 meses de ICS diário).
Novas práticas terapêuticas
- Sulfato de Magnésio: O uso intravenoso (IV) ganhou mais respaldo para exacerbações moderadas a graves. O magnésio nebulizado não é mais recomendado.
- Saturação de Oxigênio: O alvo foi ajustado para ≥94% (antes era de 94% a 98%).
Tratamento de adultos e adolescentes: Abordagens refinadas
O GINA 2025 reforça a estrutura de duas pistas de tratamento, com atualizações importantes.
Pista 1 (Preferencial): Terapia MART com ICS-Formoterol
A abordagem de manutenção e alívio com um único inalador (ICS-formoterol MART) continua sendo a escolha número um. Ela reduz exacerbações graves, o uso de corticoides orais e simplifica o tratamento, melhorando a adesão.
Pista 2 (Alternativa): SABA + ICS
Para locais com acesso limitado à Pista 1, esta continua sendo uma opção. A principal mudança está na Etapa 4: a dose recomendada de ICS-LABA agora é média (antes era de média a alta), visando minimizar os efeitos adversos dos corticoides.
⚠️ FENOTEROL BANIDO: ATUALIZAÇÃO DE ALTO IMPACTO
Esta é uma informação crucial para a prática e para as provas: o Fenoterol foi incluído na lista de broncodilatadores não recomendados devido ao seu alto risco de eventos cardiovasculares adversos e mortalidade associada à asma. Fique atento para não usar ou prescrever uma terapia desatualizada e perigosa.
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Manejo de exacerbações: planos de ação otimizados
As novas diretrizes refinaram como lidar com as crises de asma.
- Planos de Ação Reorganizados: Agora, as orientações são separadas por pista de tratamento, facilitando a aplicação.
- Pista 1 (ICS-formoterol): O paciente aumenta as doses do seu próprio inalador conforme a necessidade para controlar a crise.
- Pista 2 (SABA): O paciente aumenta o uso do SABA para alívio.
- Doses de SABA Esclarecidas: As doses para tratamento em emergências foram melhor definidas para evitar o uso excessivo.
- Magnésio Nebulizado: Assim como na pediatria, não é mais recomendado para exacerbações graves em adultos.
Asma grave e o impacto climático
Critérios mais rígidos para asma grave
A árvore de decisão para asma grave foi atualizada. A confirmação do diagnóstico foi movida para uma fase mais tardia, após uma avaliação especializada completa, para garantir que outras comorbidades sejam descartadas.
O clima entra em cena
Pela primeira vez, o GINA dedica uma seção ao impacto das mudanças climáticas. Eventos climáticos extremos (calor e frio intensos), incêndios e poluição aumentam o risco de exacerbações. Aconselhar o paciente sobre esses fatores ambientais agora é parte do cuidado integral.
Saia na frente
Dominar as atualizações do GINA 2025 não é apenas sobre se manter atualizado; é sobre ter uma vantagem competitiva real nas provas de residência médica e oferecer o melhor cuidado possível aos seus pacientes. Desde a centralidade dos biomarcadores até a proibição do fenoterol, cada detalhe pode ser o diferencial na sua nota e na sua prática clínica.
Por isso o Eu Médico Residente preparou uma versão estendida desse conteúdo de atualização GINA 2025 também em vídeo, com o nosso professor de Pediatria: Filipe Marinho:
Atualização GINA 2025: O que mudou e como pode cair na prova | Eu médico Residente
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