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27/12/21

Residência em Cirurgia Cardiovascular: O Que É, Rotina e Remuneração

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Residência em Cirurgia Cardiovascular: O Que É, Rotina e Remuneração

A residência em Cirurgia Cardiovascular é uma especialização específica e complexa, responsável por estudar, diagnosticar e intervir cirurgicamente no coração e nos vasos da base (artéria aorta, pulmonar, carótidas e veias cavas e pulmonares).

Devido a isso, ela pode ser confundida com a cirurgia vascular ou cardiotorácica, que são especialidades diferentes.

Então, o que difere esta especialidade da cirurgia vascular são as partes as quais o cirurgião opera. Sendo assim, o cirurgião cardiovascular é responsável por cuidar do coração e dos vasos da base.

Já as demais artérias e veias e, também, os vasos linfáticos são responsabilidade do cirurgião vascular.   

Quando falamos na cirurgia cardiotorácica, a diferença está na formação. O profissional dessa área é mais generalista.

Para mais, o que chama atenção para esta especialidade é a quantidade de profissionais formados.

De acordo com o demografia Brasil 2020, a quantidade de cirurgiões cardiovasculares ainda é pequena, são ao todo 2.423 profissionais.

Diante disso, neste texto você encontrará mais detalhes sobre a Residência em Cirurgia Cardiovascular: duração e rotina da residência, mercado de trabalho, áreas de atuação, remuneração e perfil desta especialização.

O que é residência em Cirurgia Cardiovascular?

O que é residência em Cirurgia Cardiovascular

A residência em Cirurgia Cardiovascular é uma especialização de acesso direto, com duração de 5 anos, responsável por formar cirurgiões cardiovasculares.

Esses profissionais lidam com problemas congênitos ou adquiridos nas artérias coronarianas, aorta e suas ramificações; também lidam com questões relativas à insuficiência cardíaca e transplantes cardíacos.

Até 2017, o tempo de formação total era de 4 anos, pois para fazer esta residência era exigido o pré-requisito em Cirurgia Geral, com 2 anos de duração.

Mas, dentre outras coisas, havia uma evasão dos cirurgiões cardiovasculares e estudos mostraram que em dez anos haveria falta de profissionais.

Dessa maneira, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) divulgou uma resolução alterando o modo de ingresso e tempo de duração da residência, que começou a valer a partir de 2018.  

Quais as áreas de atuação de um médico formado em Cirurgia Cardiovascular?

O caminho para o médico formado em Cirurgia Cardiovascular não é nada fácil, mas ele é bastante abrangente. É possível estudar sobre diversos assuntos e estar presente em cirurgias de pequeno e grande porte.

A residência em Cirurgia Cardiovascular permite a atuação em áreas correspondentes aos seguintes grupos:

Patologias Congênitas

O médico atua em cirurgias cardíacas congênitas, tratando de doenças como:

  • Tetralogia de Fallot;
  • Estenose da Artéria Pulmonar;
  • Truncus Arteriosus;
  • Anomalia de Ebstein;
  • Comunicação interarterial e interventricular; e
  • Drenagem anômala das veias pulmonares.

A depender do defeito ou anomalia, não é possível corrigir por completo, mas pode ser criada uma compensação temporária.

Vale salientar que a cirurgia cardíaca congênita não pode ser chamada de pediátrica, uma vez que os adultos também possuem problemas congênitos.

Patologias Adquiridas

Quem opta por esta subespecialidade trata cirurgicamente patologias adquiridas ao longo da vida, como as aortopatias, cardiopatias e valvulopatias.

Além de doenças isquêmicas do coração, distúrbios de condução elétrica, traumas, tumores e aneurismas.

Os cirurgiões também são responsáveis pelos transplantes de coração e pelas dissecções da aorta. Sendo elas consideradas as duas únicas patologias emergenciais da Cirurgia Cardíaca.

Qual a rotina de um residente em Cirurgia Cardiovascular?

Qual a rotina de um residente em Cirurgia Cardiovascular

Ao longo dos 5 anos da residência em Cirurgia Cardiovascular, o residente passa pelos seguintes estágios:

  • Urgência/emergência;
  • Aorta;
  • Válvula;
  • Coronárias;
  • Doenças congênitas;
  • Marca-passo;
  • UTI; e
  • Ambulatórios. 

A rotina da especialização muda um pouco a depender do local onde ela é feita, mas de maneira geral, inicialmente os residentes aprendem sobre os cuidados peri e pós-operatórios.

Nesse primeiro contato com a especialidade o ato cirúrgico fica em segundo plano. Os residentes checam os exames pré-operatórios e montam o planejamento adequado para a monitorização e acessos vasculares dos pacientes.

Além disso, acompanham os pacientes do pós-operatório que estão na UTI ou na unidade coronariana. 

Para isso, aprendem sobre o manejo do pós-operatório imediato (hemodinâmica, ventilação mecânica, checagem de sinais vitais).

Os residentes passam a ser treinados a fazer cirurgias como: safenectomias, esternotomias,  esternorrafias e dissecação das artérias radiais.

Além disso, com o passar dos anos da especialização o ato cirúrgico passa a ser prioridade e com ele vem o aumento da responsabilidade.

Assim, cirurgias mais complexas como a esternotomia mediana, pericardiotomia e canulação para CEC passam a fazer parte do dia a dia.

As atividades teóricas como clube de revistas e discussão de casos e de artigos também fazem parte da residência em Cirurgia Cardiovascular.

Qual a remuneração e o mercado de trabalho para um cirurgião cardiovascular?

Ao ingressar no mercado de trabalho, o médico que fez a residência em Cirurgia Cardiovascular pode ingressar numa equipe já formada ou se tornar assistente da equipe na qual foi treinado.

É raro que ele monte seu próprio serviço logo no início da carreira. Isso porque o custo é elevado e a prática exige uma estrutura muito complexa, com os insumos e equipamentos necessários para fornecer um atendimento de qualidade.

Eles podem trabalhar em hospitais públicos ou privados, nas emergências ou em plantões.

Para mais, o cirurgião cardíaco é bem remunerado e o salário vai aumentando com a experiência adquirida ao longo dos anos.

Assim, segundo o site salário, a remuneração média de um cirurgião cardíaco chega a R$ 5.921,03, por uma jornada de trabalho de 31 horas.

Além disso, profissionais com mais de 8 anos de experiência podem chegar a ganhar R$ 20.900 por mês.

No entanto, o seu salário pode chegar a ser maior do que isso, pois além do salário fixo, podem prestar atendimentos extras e dá plantões.

Vale salientar que a remuneração varia de acordo com a região do país, com a área de atuação e com a experiência do médico-cirurgião.

Nos centros urbanos, por exemplo, o salário tende a ser mais baixo, por causa da grande disponibilidade de profissionais. Já nos lugares onde não há concentração de profissionais a remuneração é maior.

Qual o perfil de um médico formado em Cirurgia Cardiovascular?

Além do profissionalismo e da ética, o cirurgião cardiovascular precisa ser bastante atento, a fim de observar os mínimos detalhes.

Ademais, ele precisa ter muita habilidade com as mãos e ser preciso, já que boa parte dos procedimentos oferecem risco à vida dos pacientes.

A empatia e a sensibilidade também devem fazer parte do perfil desse profissional, para prestar a melhor assistência aos indivíduos.

E ainda, com os avanços tecnológicos pelos quais a aérea passa, o médico-cirurgião precisa ter habilidade com cateteres e conhecer bastante os métodos de imagem e cuidados pré e pós-operatório.

Desse modo, ele precisa estar sempre atualizado e ser conhecedor das novas tecnologias em saúde e de procedimentos minimamente invasivos: a exemplo da cirurgia endovascular e cirurgia por vídeo.

Dúvidas Frequentes (Guia Rápido)

Quantos anos tem a residência em Cirurgia Cardiovascular?

São necessários 5 anos de especialização.

O que é preciso para ser um cirurgião cardiovascular?

Para se tornar um cirurgião cardiovascular é preciso fazer a prova de acesso direto para a residência em Cirurgia Cardiovascular ou fazer o programa de especialização da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. Os dois com 5 anos de duração.  

Qual a diferença entre Cirurgia Cardiovascular e Cirurgia Vascular?

A Cirurgia Cardiovascular e a Cirurgia Vascular são responsáveis por operar regiões diferentes do corpo.

Enquanto a primeira cuida do coração e dos vasos da base (artéria aorta, pulmonar, carótidas e veias cavas e pulmonares), a outra cuida das demais veias e artérias e dos vasos linfáticos.

Conclusão

A residência em Cirurgia Cardiovascular não é fácil e exige bastante atenção e precisão dos médicos-cirurgiões.

No entanto, se você está procurando uma carreira que remunere bem, esta é uma delas. E o salário pode aumentar com o tempo de experiência.

Além disso, é uma especialidade que oferece muitas possibilidades de atuação profissional. Dessa maneira, é possível atuar em cirurgias de pequena a alta complexidade.

A Cirurgia Cardiovascular pode até ser confundida com outras especialidades, mas é a única responsável por tratar cirurgicamente o coração e os vasos da base.

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