Covid-19
Publicado em
23/4/21

Grupo sanguíneo ABO não tem relação com a gravidade da Covid-19, aponta estudo

Escrito por:
Grupo sanguíneo ABO não tem relação com a gravidade da Covid-19, aponta estudo

Estudo publicado no último dia 5 de abril, no The Journal of the American Medical Association (JAMA), apresenta novidades sobre a relação coronavírus – grupo sanguíneo ABO. De acordo com a pesquisa, o tipo sanguíneo não torna o indivíduo mais suscetível a contrair o vírus. E ainda, não está relacionado com a gravidade da Covid-19. Ao contrário do que foi dito por estudos anteriores, que apontavam pessoas com o tipo A como as mais vulneráveis ao patógeno.

O grupo sanguíneo não interfere no número de hospitalizações ou internações na UTI de pacientes com Covid-19. Foto: Reprodução/Unplash
O grupo sanguíneo não interfere no número de hospitalizações ou internações na UTI de pacientes com Covid-19. Foto: Reprodução/Unplash

A pesquisa

Os pesquisadores analisaram a base de dados de 24 hospitais e 215 clínicas de três estados americanos (Idaho, Utah e Nevada), associados a um sistema de saúde sem fins lucrativos, o Intermountain Healthcare. Desse modo, foram observadas amostras sanguíneas de 107.796 norte-americanos, a fim de investigar a suscetibilidade e gravidade da doença.

Para isso, realizaram o teste para detectar o coronavírus, o PCR (reação em cadeia da polimerase). Algumas das pessoas identificadas pela base de dados fizeram mais de um teste, no entanto, os cientistas consideraram apenas o resultado do primeiro. Posteriormente, para analisar a incidência da doença, foi feita uma comparação entre as amostras positivas e negativas do PCR.

Resultados

Entre a população com o resultado positivo para o patógeno, analisaram se os pacientes foram ou não hospitalizados, e também se tinham ido ou não para a UTI. Então, comparando o tipo O com o A, B e AB, os resultados não foram piores. Diante disso, constataram que não existe uma relação entre o tipo sanguíneo e uma maior suscetibilidade de contrair o coronavírus.

E mais, ele também não influencia na evolução para a Covid-19 grave, na hospitalização ou na admissão na UTI. Além disso, eles observaram que os homens eram os mais hospitalizados (50,1%) e tinham um número de internamento maior nas UTIs (61,8%). Embora a maioria das pessoas testadas tenham sido mulheres (76,9%). Ademais, a média de idade entre os homens hospitalizados foi de 57 anos e a média dos internados nas UTIs foi de 60 anos.

Pesquisas anteriores

Indivíduos com o tipo sanguíneo A eram vistos como mais suscetíveis a desenvolver a Covid-19 grave, de acordo com pesquisas anteriores

Estudo publicado em julho de 2020, também no JAMA, avaliou que as pessoas do grupo sanguíneo A eram mais propensas a desenvolver a forma grave da Covid-19. Ao contrário dos indivíduos com sangue tipo O, sendo elas menos predispostas a forma grave. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores de países como a Itália, Espanha, Dinamarca e Alemanha observaram informações de 2 mil pacientes em estado grave.

Com isso, os dados deles foram comparados a dados de milhares de outras pessoas saudáveis ou que manifestavam sintomas leves ou eram assintomáticas. Para mais, essas conclusões corroboram com uma outra pesquisa divulgada anteriormente, em março de 2020, envolvendo pesquisadores chineses.

Ela contou com a participação de 2.173 pacientes, de três hospitais localizados em Wuhan e em Shenzhen. Dessa maneira, concluiu-se que pessoas do grupo sanguíneo A tinham uma chance maior de se infectar pelo coronavírus. Já as pessoas com sangue tipo O, inicialmente, foram apontadas como tendo uma menor chance de contrair o vírus.

FONTES: