Definitivamente, o internato médico representa a etapa mais decisiva na graduação de medicina. É nessa fase em que ocorre uma “simulação da vida médica”, na qual aquele estudante agora traçará sua jornada de forma mais independente, sem tantas demandas da faculdade, como trabalhos ou provas, consolidando o conhecimento teórico adquirido durante os anos anteriores da graduação.
Por outro lado, as responsabilidades não deixarão de existir, uma vez que, mesmo que aquele interno não precise lidar com o “peso do seu próprio carimbo”, ele frequentemente irá se deparar com rodízios pesados. Nessa etapa, residentes contarão com sua exatidão nas evoluções em enfermarias e seus conhecimentos sobre a doença e o paciente pelo qual ficou responsável.
Para o futuro residente, em meio a plantões, atendimentos, discussões de casos e atividades acadêmicas, manter o foco nos estudos parece uma tarefa quase impossível. Porém, com o planejamento e a abordagem correta, é possível transformar esse período não só em aprendizado prático, mas também em uma preparação sólida e eficiente para as provas.
Internato não é obstáculo: é seu melhor laboratório de aprendizado
Geralmente, existem dois tipos de doutorandos, que apesar de tomarem caminhos completamente opostos, terminam quase que igualmente prejudicando a sua formação como médico e/ou como futuro residente: aquele que quer passar todo o período do internato focado exclusivamente na prova de residência e aquele que se contenta em estudar apenas o que vê nos seus rodízios.
Evite só focar na sua futura residência
Quando aquele interno, muitas vezes mais ansioso, se depara com o contexto atual de mais médicos se formando e faculdades de medicina abrindo, e opta por focar somente na prova de residência e enxerga o internato como um obstáculo para seu estudo, ele esquece que antes de ser um residente ele será um médico.
E mais, esquece também que precisará saber lidar com burocracias e que vão ser exigidas habilidades na sua vida pós-formado que livros e aulas não ensinam, inclusive durante a residência. O internato não deve ser encarado como uma fase que vai roubar seu tempo de estudo, mas sim como um melhor laboratório para fixar e contextualizar os conteúdos que caem nas provas.
De acordo com a neurociência, a consolidação de um conhecimento e criação de uma memória é feita pelo sistema límbico. Dessa forma, tudo o que envolve uma emoção, você acaba por aprender e fixar mais. Ao estar em contato direto com pacientes, exames e discussões de casos clínicos reais, o aluno tem a chance de conectar essa teoria à prática. Você estará vivenciando a medicina, e o que sua prova cobrará de você é medicina.
Da mesma forma, não foque só nos casos em que é responsável
Por outro lado, existem também os doutorandos que se contentam apenas com os casos que eles ficam responsáveis. Isso também é bastante problemático porque, por melhor que seu internato seja, você verá apenas um recorte de casos, e poderá se formar sem se deparar com patologias importantes, inclusive muito cobradas em provas de residência. Por exemplo, um interno que rode em saúde da mulher em uma maternidade de baixo risco pode não se deparar com casos de doenças importantes e muito cobradas na área de Ginecologia e Obstetrícia, como Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia.
A preparação para a prova de residência também necessita de um tipo de estudo mais específico, por meio de realização de questões e simulados, e sem ter um preparo adequado e organizado, é bastante difícil conseguir essa tão sonhada aprovação.
Segundo estimativas do estudo “Demografia médica no Brasil 2025”, o Brasil poderá ter cerca de 1 milhão de médicos até 2030. Se essa projeção se confirmar, a quantidade de médicos no país será o dobro se comparado à 2020. A principal resposta para esses números que o profissional pode ter é buscar se especializar cada vez mais no mercado, e não existe melhor caminho para isso se não pela residência médica.
Portanto, se beneficia no internato aquele estudante que consegue conciliar esses dois caminhos, e isso só é possível mediante muita organização, planejamento e comprometimento. E tudo isso você pode encontrar no extensivo bases, ele alia a sua rotina de estudos para o internato com a preparação para a residência médica.
Rotina organizada, mente tranquila: como planejar seus estudos em meio ao caos?
É fato que o período prático da formação traz uma rotina imprevisível e desgastante, com plantões noturnos, atendimentos fora do horário e muitas atividades simultâneas. Por isso, uma das maiores dificuldades dos estudantes é manter uma regularidade nos estudos. A chave para superar isso está na organização e no uso inteligente do tempo.
Tenha um planejamento realista
A primeira etapa é criar ou ter um cronograma de estudos que seja factível. É comum tentar colocar muitas horas de estudo por dia, mas isso só vai gerar frustração e desânimo quando o que foi planejado não for cumprido. Por isso, o ideal é sempre ajustar esse seu cronograma, adequando os horários livres, quando você passa de um rodízio para outro ou ainda quando você está passando por uma semana mais atípica.
Priorização e flexibilidade vão ser necessários
Nem sempre o dia vai sair como planejado, e tudo bem. O importante é ter flexibilidade para adaptar o cronograma e, principalmente, fugir de comparações reducionistas e cobranças descabidas. Priorize os estudos que você considera mais urgentes e importantes para aquele momento, e, quando precisar, dê espaço para descanso e autocuidado.
Utilize técnicas de estudo eficazes
Estudar apenas por meio de uma leitura de um livro na íntegra já é mais do que conhecido como uma estratégia de estudo inadequada. Dessa forma, opte por técnicas que potencializa o aprendizado, como:
- Revisão espaçada: ajuda a revisitar o conteúdo em intervalos regulares para fixação
- Flashcards: estudo dinâmico que facilita a revisão espaçada conforme suas necessidades
- Resolução de questões: ajuda a desenvolver o raciocínio clínico e nos aproxima da realidade que iremos nos deparar com as provas de residência
- Resumos e mapas mensais
O que estudar durante o internato? Foco nos temas-chave das bancas
Quinto ano
Durante o primeiro ano de internato, a busca de conciliar o estudo para os rodízios e para a prova de residência deve ser maior. Nesse período, uma estratégia é focar no estudo da grande área do conhecimento em que você está rodando, por exemplo: focar no estudo de Pediatria quando estiver no rodízio da área, e assim por diante. Isso aumentará a sua produtividade no internato.
Além disso, se aquele doutorando se deparar com um paciente que apresenta um eritema infeccioso, o seu foco deve ser estudá-lo, porém, é preciso não se limitar, aproveitando a oportunidade para estudar as doenças exantemáticas como um todo. Isso porque, esse grupo de doenças são frequentemente cobradas nas provas de Pediatria e são relevantes para a prática clínica.
Sexto ano
Para aqueles que desejam ingressar na residência logo após a conclusão do curso, o sexto ano deverá ser um período mais voltado para os processos seletivos de residência, focando em resoluções de questões, realização de provas das suas bancas prioritárias e simulados na íntegra.
É fundamental conhecer as bancas que organizam os processos seletivos que o futuro residente pretende prestar, pois cada banca tem seu estilo, sua preferência por temas e formas de cobrar. Ao conhecê-las, o estudante poderá buscar por estatísticas e analisar quais assuntos mais caem, para direcionar o foco do seu estudo.
Muitas vezes, será extremamente difícil estudar tudo e, sem uma direção clara, o estudante poderá ficar sobrecarregado e desmotivado. Por isso, o ideal é que ele já chegue no sexto ano sabendo qual método de estudo mais se adequa a ele, seja por mapas mentais ou por flashcards, ou ainda pela combinação de vários métodos. Além disso, ele também deve saber o que mais estudar de acordo com a sua banca, algo encontrado mais facilmente em cursos preparatórios .
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